No AMAZÔNIA:
Cerca de 50 médicos legistas e peritos criminais do Centro de Perícias Técnicas 'Renato Chaves' iniciam nesta terça uma greve que tem como principal reivindicação a saída do diretor do IML, Raimundo Humberto Sena de Oliveira, que, segundo os profissionais, estaria agindo de forma negligente e perseguidora. Ontem, uma paralisação definiu o estado de greve, sem data para acabar e apenas 30% do efetivo total do órgão vai trabalhar.
De acordo com João Gouveia, presidente do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), o IML conta hoje com cerca de 30 médicos legistas e 20 odontólogos legais, que, de acordo com a Lei nº 6.829, de 7 de fevereiro de 2006, são classificados como peritos criminais, assim como profissionais de outras áreas, como engenharia florestal, mecânica e bioquímica. 'Uma das reivindicações da categoria é, justamente, que os profissionais atuem dentro de sua área, aquela a qual foram aprovados no concurso público. Mas o que está acontecendo é que além disso eles estão sendo transferidos para locais de crime onde começou a faltar pessoal qualificado. Isso significa que vão trabalhar fora de sua área', explica João Gouveia.
Os grevistas reclamam também que o diretor do IML, Raimundo Humberto Sena, estaria perseguindo os trabalhadores desde que assumiu o cargo, há quatro meses, e que sua saída é 'inegociável'. 'Ele era presidente da Associação de Peritos Oficiais do Pará. Quando assumiu o cargo voltou-se contra a categoria e começou a cometer uma série de arbitrariedades. Até entrar nas salas às 7h da manhã e ao meio-dia pra ver se todo mundo está trabalhando ele entra. Não há necessidade. Ele é um traidor. Suspendeu uma greve enquanto ainda era presidente da associação. E dois dias depois assumiu a direção do IML. Foi quando começou a perseguição', dispara Maria Betânia Lisboa, dentista.
As condições de trabalho no IML também incomodam os legistas e peritos. 'Trabalhamos por 15 horas seguidas e não temos, sequer, um local de descanso, nem mesmo um banheiro decente para lavar as mãos', revelou o legista José Martins de Miranda Neto.
Para os profissionais os problemas enfrentados pela categoria no IML se devem ao diretor, que, segundo eles, não recebe ninguém. 'Já tentamos por três vezes falar com ele, mas na hora marcada ele inventa uma desculpa e não atende ninguém', afirma José Martins.
Indignada, a médica legista Dinair Américo diz que o diretor será lembrado um traidor. 'Ele vai ser lembrado em toda a história do Renato Chaves como alguém que traiu os próprios colegas de profissão', lamenta.
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