quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ameaça saiu da casa de Sefer

No AMAZÔNIA:

O diretor da Divisão de Operações Especiais (Dioe) da Polícia Civil, delegado Rogério Moraes, já enviou à Justiça o documento que comprova a utilização de um telefone de propriedade de Elias Sefer, pai do deputado Luiz Sefer (sem partido), nas ameaças feitas durante uma ligação para a irmã Henriqueta Cavalcante, coordenadora da Comissão de Paz e Justiça (CPJ) da 2ª Regional Norte Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no último dia 24. Segundo o delegado, que ouviu depoimento das duas partes ontem de manhã na sede da Dioe, o autor das ameaças à irmã utilizou um telefone instalado na casa de Elias Sefer. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi preparado pela Dioe e encaminhado à Justiça.
O depoimento de irmã Henriqueta e de Elias Sefer durou cerca de 45 minutos e não pôde ser acompanhado pela imprensa. As informações preliminares divulgadas pela coordenadora da CPJ na CNBB, no entanto, já levantavam a suspeita contra Sefer, já que ele teria ligado para ela no dia seguinte, garantindo não saber quem teria utilizado o telefone dele para ameaças.
Irmã Henriqueta tem colaborado de forma intensa nas investigações da CPI da Pedofilia, instaurada há cerca de 100 dias na Assembleia Legislativa do Estado (Alepa) para apurar o abuso sexual contra crianças e adolescentes - incluindo denúncias contra o deputado Luiz Sefer, acusado de abusar sexualmente de uma criança de 9 anos que vivia na casa dele.
Ameaça - Em uma ligação recebida na CNBB às 11h do último dia 24, a irmã ouviu de um desconhecido que deveria 'tomar cuidado', pois estava 'julgando e culpando as pessoas de forma equivocada' em seus depoimentos.
Ao ser convocado para prestar esclarecimentos à Polícia Civil, Elias Sefer confirmou ser o proprietário da linha de telefone a partir da qual a ligação foi originada, mas disse não saber quem teria ameaçado Henriqueta. Só que as características do autor das ameaças - que teria 'a voz típica de um senhor de idade', só que 'nervosa' e 'exaltada' - têm semelhança com as do pai de Luiz Sefer, de acordo com a irmã.
Ao sair da sala do delegado Rogério Moraes, Elias Sefer preferiu não se manifestar à imprensa sobre o depoimento. Ele estava acompanhado do advogado e de um familiar. Já a coordenadora da CPJ da CNBB estava acompanhada da presidente municipal do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Marinor Brito.
Justiça - Segundo o delegado Rogério Moraes, o crime de ameaça é procotolado pela Polícia Civil com um TCO, o que foi feito ainda à tarde de ontem, para depois seguir à Justiça. Somente assim, segundo ele, a apuração poderá constatar se Elias Sefer é, de fato, o autor dos telefonemas de ameaça à coordenadora da CPJ da CNBB. 'Temos a comprovação da propriedade do telefone ser do Sefer, o que já caracteriza algum tipo de suspeita, mas isto não prova sua autoria nas ameaças. Cabe à Justiça ouvir novamente a irmã e analisar as características da ameaça e das circunstâncias', disse.

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