domingo, 26 de abril de 2009

Dilma faz tratamento para combater câncer linfático

Na FOLHA DE S.PAULO:

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, 61, anunciou ontem, em entrevista, que está sendo submetida a tratamento contra linfoma, um tipo de câncer causado por alterações no sistema linfático.
Conforme a Folha adiantou ontem, Dilma colocou um "port cath" -cateter de longa permanência que facilita o tratamento quimioterápico.
A ministra, que foi ontem ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, disse que, há cerca de 30 dias, durante um exame de rotina coordenado pelo cardiologista Roberto Kalil, foi encontrado um nódulo em sua axila esquerda, de 2,5 centímetros.
Dilma se submeteu, há três semanas, a uma cirurgia de 45 minutos para extração e biópsia do nódulo. O diagnóstico conclusivo saiu na quarta-feira.
"Foi um linfoma que, por sorte, pela ministra estar fazendo exames periodicamente, foi detectado no estágio mais inicial possível. A chance de cura é altíssima para esse tipo de situação. Estágio 1A. Não existe estágio mais precoce do que esse", afirmou o oncologista Paulo Hoff, que estimou a chance de cura em mais de 90%.
Dilma disse ontem estar confiante no tratamento.
"Obviamente o tratamento de quimioterapia é sempre algo muito desagradável. Mas assim como tantas mulheres e homens brasileiros que enfrentam esse desafio, [...] tenho certeza também que vou ter um processo de superação dessa doença. Aliás, nós, brasileiros, temos esse hábito de sermos capazes de enfrentar obstáculos, de transpô-los e de sair inteiros do lado de lá. Acho que essa é a questão que está na pauta hoje para mim: enfrentar essa doença, que os médicos garantem que foi extirpada, e sair mais forte do lado lá", disse Dilma, que destacou a importância da prevenção.
Para Kalil, é "muito improvável" que a doença volte. A ministra se submeteu a uma tomografia para mapeamento de células cancerígenas por todo o corpo, e nenhum outro problema foi localizado. Ela não tem histórico da doença na família.

Tratamento
Segundo a hematologista Yana Novis, da equipe que cuida da ministra, "as perspectivas de tratamento são as melhores possíveis". Novis disse que Dilma fará quimioterapia durante quatro meses, o que significa quatro ou cinco sessões.
Linfoma é uma proliferação desordenada das células de defesa do organismo situadas nos linfonodos (gânglios linfáticos). A multiplicação de linfócitos altera a estrutura dos linfonodos, deixando os nódulos aumentados, como o encontrado na axila esquerda da ministra.
"É um linfoma de grandes células. E é por isso que a ministra será submetida a esse tratamento complementar", afirmou Novis. "Não esperamos muitos efeitos colaterais."
Durante a entrevista ontem, ao lado dos médicos, Dilma brincou ao falar sobre possíveis efeitos da quimioterapia: "Meu [cabelo] ainda não caiu".
Escolhida por Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a sucessão em 2010, Dilma, que intensificou agendas e viagens pelo país nos últimos meses, deu sinais ontem de que não pretende diminuir o ritmo de trabalho. "Esse tratamento não implica que eu tenha de me retrair ou deixar de comparecer à minha atividade. Pelo contrário, eu acredito que até vai ser um fator para me impulsionar."
Segundo os médicos, a ministra só contou anteontem para o presidente, para a mãe e para a filha. Dilma deixou o hospital às 14h30, ao lado do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, e do ex-ministro Marcio Thomaz Bastos.

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