MST promove matança de bois

No AMAZÔNIA:

A Agro Santa Bárbara denuncia que dezessete bois gordos foram roubados e mortos na fazenda Maria Bonita, por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), na madrugada de ontem, em Eldorado dos Carajás. A direção do MST informou, por telefone, que desconhece o fato. Segundo informações da assessoria de imprensa da Agro Santa Bárbara, o roubo de bois é comum em fazendas invadidas por trabalhadores do MST. A ação ocorreu durante a madrugada, quando os animais foram esquartejados. Na manhã de ontem, trabalhadores da Maria Bonita encontraram as carcaças e foi feito um registro de roubo na Polícia Civil. O coordenador estadual do MST, Ulisses Manaças, disse ontem à noite que não tinha conhecimento do fato.
Altair Albuquerque, da assessoria da Agro Santa Bárbara, afirmou que a carne dos bois roubados, além de ser usada para consumo dos trabalhadores do MST, também é oferecida para venda na região. Segundo ele, a Maria Bonita foi invadida em julho de 2008, e foi feito um pedido de reintegração de posse na mesma época. 'O pedido foi acatado, e a reintegração foi concedida pela Justiça em agosto, encaminhada em seguida para o Governo do Pará, que não deu cumprimento', enfatizou.
De acordo com ele, atualmente existem três focos de invasão na fazenda Maria Bonita: um do MST, outro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e um terceiro, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), em pontos diferentes. O roubo dos 17 bois gordos foi atribuído aos trabalhadores do MST. Acredita-se que eles somem de 150 a 200 famílias.
Altair explicou que a fazenda tem 3,6 mil hectares, e que os focos de invasão, apesar de não representarem grandes áreas, alteram as atividades normais da fazenda. 'É praticamente impossível tomar conta de todo o rebanho. 'Em cada fazenda, existem diversos ‘retiros’, que são pontos onde moram os trabalhadores e seus familiares. Entretanto, não tem como manter um controle visual de toda a propriedade. Os gados caminham, às vezes se espalham. Se chegam perto das áreas ocupadas, pode ocorrer exatamente o que foi verificado esta madrugada. Na calada da noite, eles abatem e pegam a carne', afirmou, complementando que isso já ocorreu outras vezes. Em março, por exemplo, foram roubadas 400 cabeças, e 120 recuperadas. Em geral, o gado roubado é oferecido para abatedouros e frigoríficos. A Agro Santa Bárbara tem em torno de 40 propriedades no sul e sudeste do Pará.
No início da noite de ontem, a reportagem entrou em contato com o coordenador estadual do MST, Ulisses Manaças, para falar sobre o assunto. Ele informou não saber nada sobre o fato, mas que iria checar. Passados alguns minutos, em nova ligação ao coordenador, ele não confirmou que trabalhadores do MST foram os responsáveis pelo roubo.