No ESTADO DE S.PAULO:
Sem a visibilidade das grandes mudanças, uma batalha pelo preenchimento de cargos sem concurso público e por indicação política ocorre nos bastidores da Câmara. Com o novo presidente, Michel Temer (PMDB-SP), as pressões por troca de afilhados políticos nos espaços da Casa têm provocado tensão entre o PT, que comandou a administração nos últimos dois anos, e o PMDB, que tenta fazer indicações para atender às demandas dos seus deputados.
No último mês, o PMDB pediu que fossem trocadas 25 pessoas da estrutura administrativa. Os diretores foram orientados a demitir cerca de 20% de cada setor. Diretoria com cinco comissionados, por exemplo, teve de abrir ao menos uma vaga.
A Câmara tem 1.350 comissionados que ocupam os chamados Cargos de Natureza Especial (CNEs). Desse total, 126 são da estrutura administrativa e estão lotados nas 24 direções. Os demais estão nas lideranças partidárias e comissões, ocupando cargos destinados à Mesa Diretora.
O presidente da Casa pode nomear sem concurso 46 assessores, com salários de R$ 2.553,31 a R$ 9.598,99. Os dois vice-presidentes e quatro secretários têm cota de 33 nomeações sem concurso cada um e os quatro suplentes da Mesa podem contratar 11 assessores cada. O custo anual só com os salários dos comissionados para a Câmara é de R$ 5,95 milhões.
O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), defende a troca de funcionários. "Toda administração nova tem pessoas de confiança. É natural, não imposição dos partidos", alega. "É questão administrativa. Não há pressão partidária."
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