Na reportagem de André Petry, na Veja desta semana:
A comparação seria possível se Lula tivesse nascido na Ilha de Marajó, filho de um angolano com uma sexóloga de Cuiabá, tivesse morado em Bangcoc, na Tailândia, e fosse formado em direito na Universidade de São Paulo (USP). Lula, com sua origem pobre, pertence à maioria étnica brasileira. Obama, como negro, é da minoria nos Estados Unidos. O eleitorado negro americano, mesmo com o maciço comparecimento às urnas agora, subiu para apenas 13% do total. Lula venceu a eleição presidencial na quarta tentativa. Obama, na primeira. Lula, ao ser eleito, era o político mais conhecido do Brasil, e conhecia o Brasil de norte a sul. Obama, não. Desde 1976, quando apostaram em Jimmy Carter, governador da Geórgia, os democratas não lançavam nome tão desconhecido quanto Obama, senador há menos de quatro anos. Obama nunca andara pelos recantos dos Estados Unidos, em cuja parte continental pôs os pés pela primeira vez quando tinha 11 anos. Em campanha, adorou o Texas. Descobriu que o gumbo, um ensopado típico que conhecia em Chicago, não chega aos pés do de Nova Orleans. Gostou da cidade de Fargo, em Dakota do Norte, mas achou-a diferente do filme. Concluiu que as maiores diferenças do país não estão, como a muitos parece, entre norte e sul, leste e oeste, mas entre o meio rural, o suburbano e o urbano.
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