domingo, 2 de novembro de 2008

Avenida é babel do barulho

No AMAZÔNIA:

Sexta-feira e sábado, a partir de meia-noite, a avenida João Paulo II, entre as travessas Perebebuí e Pirajá, se torna encontro de poluidores sonoros. Quem mora por lá reclama do volume nos bares próximos, enquanto que os donos de bares acusam os motoristas de carros que param ao canteiro central com sons altíssimos. Vez por outra, a Delegacia do Meio Ambiente (DEMA) autua irregulares, mas sem mostrar força para acabar de vez com a poluição sonora.
Há mais de 15 anos, esse trecho da avenida João Paulo II começou a servir de 'point' da noite, com o surgimento de bares. Não demorou muito para que pessoas com carros-som se encontrassem por lá, fazendo uma mistura de músicas em volume alto. Desde então, o administrador Alex Santos Keuffer, que mora na área há mais de 30 anos, passou a travar uma luta contra o barulho. Enquanto alguns moradores tinham medo de se expor, Alex chegou a bater boca com os gerentes de bares e donos de carros. Além disso, ele acionava regularmente a Polícia Militar, a DEMA e até o Ministério Público Estadual, para que algo fosse feito.
Depois de tanta luta, o administrador garante que já conseguiu diminuir bastante o problema. Mesmo assim, muitos de seus vizinhos continuam impacientes por causa do barulho noturno nos fins de semana. Na avaliação de Alex, o principal causador de poluição sonora é o bar Atenas Clube, que, pelo volume e luzes internas, se assemelha mais a uma boate, com o defeito de não ter isolamento acústico. 'Aí chegam os carros e começam a disputar para ver quem faz o volume mais forte. Nessa, quem sofre somos nós', diz Alex, que admite pensar em se mudar do bairro. Para ele, o barulho nunca acaba porque não há uma punição proporcional.
A moradora Eliete Abreu é uma das poucas que não tem grandes reclamações, apesar de morar em frente de onde os carros 'tunados' estacionam. É que sua casa é comprida e bem vedada, por isso, o som não chega a incomodar dentro dos quartos, quando as portas estão fechadas. 'Mas no quintal, não dá nem para conversar quando o som no lado de fora está alto', afirma.

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