No AMAZÔNIA:
Por muito pouco o Águia não fechou a temporada com uma façanha histórica que seria a classificação para a Série B do Campeonato Brasileiro. Até os 34 minutos do segundo tempo de ontem, contra o Guarani, o time paraense estava com o acesso garantido. Foi quando levou o segundo gol do atacante Dairo, que decretou a derrota por 2 a 1 e tirou a vaga do time paraense. Além do Bugre, Atlético-GO, Campinense-PB e Duque de Caxias-RJ subiram de divisão. O Azulão ficou em quinto com 18 pontos, mesma pontuação da equipe fluminense, mas perdeu no critério de desempate de gols pró.
Mas dizer que o Águia não fez história é injustiça com a trajetória da equipe até o dia 23 de novembro. Com um elenco reduzido, uma estrutura bem menor que os outros concorrentes do octogonal decisivo, o time foi muito além do que se esperava. Deixou de lado todo o desgaste físico que uma maratona de jogos impõe a um grupo pequeno e conseguiu se superar em momentos decisivos. É fato que o Azulão ficou devendo em situações cruciais, quando deixou escapar pontos preciosos dentro de casa e, principalmente, quando falhou excessivamente ao perder uma enxurrada de gols criados ao longo dos jogos.
Mas ao mesmo tempo em que os erros apresentados não podem ser encobertos sob o perigo de superestimar a campanha, por outro há mesmo de se exaltar um time em quem ninguém apostava nem o valor do ingresso de alguns jogos em Belém, R$ 2,00. Fase após fase o Águia foi deixando os favoritos para trás e entre 64 participantes foi o quinto. Paysandu e Clube do Remo ficaram bem atrás.
O time paraense pecou também pela falta de experiência em competições nacionais. Mas esse era um pecado esperado. Só o tempo tira essa falha e nesse 2008 o Águia viveu bem mais de um ano de estrada. A delegação volta de Campinas (SP) fortalecida. Não leva a Marabá a tão sonhada Série B, mas terá na bagagem os elogios que recebeu em todos os jogos fora de casa que disputou nessa última fase.
Não que a equipe seja brilhante. Muito longe disso. Está no mesmo nível dos que tiveram méritos de disputar o acesso. Mas aí talvez vá uma certa ingenuidade típica de quem tem pouca rodagem, sempre jogou para frente. Fosse para um Serra Dourada lotado ou um Raulino de Oliveira para 23 pessoas, o time paraense foi um reflexo de seu comandante. João Galvão, que esteve à frente da equipe mesmo quando era presidente interino, sempre colou o Águia no ataque. Pagou pela ousadia em muitas ocasiões, mas nunca poderá ser acusado de omisso. Sem ser fantástico, o Azulão era um time que sempre rendia boas partidas.
No final o saldo é positivo. Formado por jogadores ou desconhecidos ou que já passaram sem maior relevância por Papão e Leão, o Águia deu exemplo dentro e fora de campo. Com os pés no chão, termina o ano com a folha de pagamento em dia e visto com bons olhos para quem pretende um futebol saneado das trapalhadas de dirigentes neófitos. Não conseguiu seu objetivo principal, mas sai da temporada com ar de time grande.
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