terça-feira, 20 de maio de 2008

Lula rejeita paternidade da nova CPMF

Em O ESTADO DE S.PAULO:

O Palácio do Planalto não quer assumir a paternidade da proposta de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) num ano eleitoral, nem mesmo para financiar a saúde. Em reunião ontem com a coordenação política do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não enfrentará o desgaste de nova batalha com o Congresso para ressuscitar o imposto do cheque, extinto há cinco meses. Apesar de ser alertado de que a Câmara vai aprovar a regulamentação da Emenda 29, aumentando os gastos com a saúde em R$ 23 bilhões nos próximos quatro anos, Lula observou que cabe aos parlamentares apontar como custear as despesas.
"Não vou reeditar a CPMF de jeito nenhum", insistiu o presidente, demonstrando aborrecimento com as informações de que o governo é o patrocinador da idéia. Na prática, o Planalto pretende jogar para o Congresso a responsabilidade de encontrar fonte de recursos para financiar a saúde. Lula também se mostrou contrário ao aumento das alíquotas de cigarros e bebidas, pois avalia que isso poderia acabar punindo os mais pobres. Cálculos da equipe econômica indicam que a elevação dos dois tributos renderia R$ 2 bilhões por ano, valor considerado baixo.
Quatro horas depois da reunião de cúpula do governo, Lula voltou a reclamar da falta de recursos para a saúde e a educação e criticou senadores da oposição que derrubaram o imposto do cheque. Diante de centenas de prefeitos, num hotel de Brasília, em tom de desabafo, disse que levará ministros da área econômica e senadores que votaram pela extinção da CPMF para a inauguração da primeira creche prevista pelo Plano de Desenvolvimento da Educação.

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