sábado, 12 de abril de 2008

O futuro do PMDB é logo ali. É outubro.

As primeiras repercussões da saída de Charles Alcântara de Casa Civil indicam claramente que o novo homem-forte do governo do Estado, Cláudio Puty, será compelido por fatos e circunstâncias a pôr à prova, logo, logo, habilidades e excelências que vão muito além de seu preparo intelectual. Puty é economista graduado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Tem especialização em Desenvolvimento de Áreas Amazônicas, pela Universidade Federal do Pará. Exibe no currículo mestrado em Teoria Econômica pela Universidade de Tsukuba, Japão, e doutorado em Economia pela New School for Social Research, dos Estados Unidos. É professor da UFPA e tem experiência na área de economia, com ênfase em crescimento, flutuações e planejamento econômico.
Em resumo, é isso que pode ser lido no currículo do secretário disponível no site do governo do Estado. É um resumo, mas em termos de formação acadêmica, não é pouco. A questão é ver todo esse estofo intelectual posto à prova ao rés-do-chão, resvalando para as partes debaixo do equador da política parauara, região onde ingenuidade, inocência e apetites comedidos – inclusive e sobretudo no que se refere ao desfrute das benesses e das vantagens do poder - são conceitos que se prestam, digamos, apenas e tão somente a exercícios intelectuais. Porque na vera mesmo, os buracos são muitos – mais em cima e mais embaixo.
Se Puty não tem nem noção de onde fica a Vila da Barca - conforme expressão emblemática que seus adversários passarão a utilizar para mostrar que ele está distante da realidade que o cerca -, é preciso encontrar com urgência outros endereços que, no caso, serão para o novo secretário tão desafiadores quanto as carências que afligem a população humilde e sofrida da Vila da Barca.
O PMDB é um desses endereços. O partido, por enquanto, deve ficar na moita – “na dele”, como se diz. Pode até ficar na moita e na dele, mas não vai deixar de tomar iniciativas para demonstrar a quantas andam suas pretensões no futuro próximo. Para o PMDB, o futuro é logo ali, está à vista, está à porta. O futuro é outubro.
E o PMDB, conforme o sabem todos – inclusive os que não têm noção de onde fica a Vila da Barca –, tem como hoje como inegociável lançar o ex-deputado federal José Priante como cabeça de chapa a prefeito de Belém, com o apoio do PT.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já mandou que seja assim. Já mandou, já demonstrou claramente seu empenho em que o PT cumpra o compromisso de apoiar Priante, em retribuição ao apoio que o ex-deputado garantiu a Ana Júlia, na campanha eleitoral de 2006.
Mas, só porque Lula mandou, o PT de Belém tem que obedecer? É esse o raciocínio a que não se submete a deputada Regina Barata, que igualmente não abre mão de sua aspiração de ser a candidata petista à sucessão do prefeito Duciomar Costa.
Então aí está: antes do desafio de tomar o rumo – sozinho, sem guias, sem GPS, sem nada – da Vila da Barca para conhecê-la em visita exploratória, se é que o novo todo-poderoso do governo Ana Júlia ainda não a conhece, Cláudio Puty deve desvencilhar-se das demandas eleitorais.
E há demandas eleitorais urgentes. Aliás, o secretário vai logo ver que são demandas urgentíssimas.

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