segunda-feira, 7 de abril de 2008

Nunca antes uma posse em estatal demorou tanto

Enquanto Lívio Assis não assume a Eletronorte, surge um nome-surpresa que poderá ocupar a diretoria de Finanças

Nunca antes, na história deste Estado, um dirigente de estatal, com nomeação já anunciada, demorou tanto a tomar posse no cargo para começar a trabalhar.
Pois este recorde está sendo batido pelo engenheiro civil Lívio Assis. No início de fevereiro, depois de pelo menos uns dois meses de especulação, eis que se anunciou sua nomeação para o cargo de presidente da Eletronorte, na cota do PMDB que cabe ao deputado federal Jader Barbalho, presidente regional do partido.
Foi um salto e tanto. Lívio, que até então se encontrava ao volante do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), com orçamento para este ano estimado em pouco mais de R$ 80 milhões, foi alçado ao timão de uma empresa estatal que, para o exercício de 2008, dispõe de quase R$ 5 bilhões para gastar.
Pois já faz pouco mais de dois meses que Lívio manda engomar o terno para assumir, passa e repassa o discurso de posse, confere aos agradecimentos às suas chefias que o indicaram – e nada. Nada de posse.
Uma fonte do PMDB, confiável, garantiu ao blog que o problema é eminentemente político. E tem nome. Chama-se Dilma Rousseff, a todo-poderosa ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, mãe do PAC, capitã do time e agora, segundo se diz, madrinha de dossiê – o dossiê sobre gastos com cartões corporativos efetuados no governo FHC e que vazou do Palácio do Planalto, oonforme se especula, apenas e tão somente para intimidar oposicionistas que tentarem pôr a mão no vespeiro das despesas sigilosas de Lula com os mesmos cartões corporativos.
O mesmo peemedebista garante ainda que Lívio passou, de fato, pelo crivo da Agência Brasileira de Informações (Abin). Mas isso não é nenhuma novidade. Até dom Paulo Evaristo Arns, se fosse arrancado de sua aposentadoria para ocupar cargo em alguma estatal, também teria sua vida pregressa vasculhada pelo serviço de informações do governo.
A Abin, segundo se informa, não teria encontrado na ficha de Lívio condutas que apontassem grandes entraves capazes de inabilitá-lo para o cargo. “As pendências que o Lívio tem, algumas provavelmente de natureza fiscal, são as mesmas pendências de todos os indicados para cargos em estatais”, diz o peemedebista.
Lívio não assume porque, muito embora sem embaraços de monta no âmbito judicial ou junto à Receita Federal, enfrenta sérias resistências – para não dizer seriíssimas resistências – por parte de Dilma, que conhece como a palma da mão o setor elétrico brasileiro. E por que ela não quer? Porque acha que gente com pendências, por mínimas que sejam, não deveriam tomar conta de um cofre de quase R$ 5 bilhões, num setor estratégico para o País, como é o de energia elétrica sobretudo na Região Norte.

Um nome surpresa para a Diretoria de Finanças
Mas o que tem causado frisson nos últimos dias, em segmentos ainda muito restritos, é uma provável indicação para a Dretoria de Finanças da mesma Eletronorte, que ainda não tem nem mesmo presidente empossado. Se vingar tal indicação, será uma surpresa geral, porque o nome escolhido não tem filiação ao PMDB, mas é muito, muitíssimo ligado ao ex-senador Luiz Otávio Campos, este sim, peemedebista.
Ao que se diz, o indicado para a diretoria de Finanças da Eletronorte estaria ultimando os procedimento para demonstrar – assim como Lívio e outros – que está com o “nome limpo na praça”. E já teria até mesmo participado das conversas reservadíssimas que o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teve em Belém recentemente, para onde veio em companhia do ex-ministro José Dirceu, que flana pelos ares, de um lado pelo outro, com tanta ou mais desenvoltura do que quando era a Dilma em versão masculina do governo Lula.
Diante de todas essas idas e vindas, de tantas especulações e resistências para que a posse de Lívio na Eletronorte se consuma, há quem aposte que, se demorar muito, o indicado acabará virando ex-quase futuro presidente da empresa de energia de toda a Região Norte.
Resta esperar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Luluquefala:
Êta, que diabo de tanta gente sendo barrada !
O Lívio na Eletronorte
O Jatene no hospital do Almir
Cruz credo !!