segunda-feira, 7 de abril de 2008

Águia leva título do 1º turno do Parazão


No AMAZÔNIA:

Oito anos depois o Águia igualou o feito do Castanhal e tornou-se o segundo time fora da Região Metropolitana de Belém a ganhar um turno do Campeonato Paraense. O time de Marabá jogava por dois resultados - empate e vitória - e empatou ontem à tarde em 2 a 2 com o Ananindeua, no Mangueirão. A equipe do sudeste paraense já está na final da competição, classificou-se para disputar a Série C do Campeonato Brasileiro no segundo semestre e a Copa do Brasil ano que vem, pela primeira vez na história do clube. O título coroou uma recuperação fantástica que teve cinco vitórias e um empate nas seis últimas rodadas. Quem ganhou um presente também foi a cidade natal do clube. No sábado Marabá completou 95 anos e hoje recebe seu campeão.
Curiosamente essa recuperação começou justamente numa derrota em casa para o adversário da decisão. Depois de perder por 1 a 0 no dia 3 de março o elenco se fechou com a comissão técnica e desde lá os marabaenses não sabem o que é sair de campo sem ser comemorando. No final, o primeiro turno ficou em boas mãos, já que o Águia, desde que melhorou na competição, mostrou-se sempre um time muito consciente e extremamente técnico. Ontem o time esteve duas vezes atrás do placar e em nenhum momento caiu no desespero ao buscar o resultado que lhe beneficiava.
A decisão entre dois representantes do interior, sem a força das torcidas bicolor e azulina, deu ao jogo um ar de programa familiar. Não que quem estivesse na arquibancada não torcesse esfuziantemente, mas sem a tradicional rivalidade em cena os gritos eram todos de incentivo e festa, sem as dispensáveis cantigas das torcidas organizadas que pregam a violência e nunca o bom desempenho do próprio time.
Quando a bola rolou o que se viu em campo foi uma igualdade muito grande. A Tartaruga, como era de se esperar, tomou a iniciativa para si pois o empate beneficiava o adversário. Mas, essa busca incessante pelo ataque tinha seus riscos. O Águia tinha espaço de sobra para os contra-ataques e aqueles que não paravam nas faltas sempre levavam perigo.
Por mais que o Ananindeua tivesse entre os onze dois meias extremamente habilidosos - Flamel e Soares - provavelmente os melhores em atividade no Campeonato Paraense, era a equipe de Marabá que se mostrava mais consciente e técnica em campo. Ciro e Marclésio desempenhavam um excelente papel no meio-de-campo e o atacante Aleílson descontou as últimas atuações irregulares para ser um verdadeiro pesadelo para a zaga adversária. Não à toa, os que estavam com a responsabilidade de marcá-lo saíram de campo com cartões amarelos.
Já na entrada em campo os dois times foram bem diferentes. Enquanto o time de Marabá contava apenas com sua torcida, o de Ananindeua foi recepcionado por mais de uma centena de crianças uniformizadas. Parecia que o clima de festa já estava pronto para o segundo maior município do Pará. Mas, a festa maior estava na arquibancada. Os mais de 14 mil torcedores presentes estavam muito longe da capacidade do Mangueirão, mas a empolgação dos que vieram do interior e da periferia da Grande Belém era enorme. De um lado se dançava o Jererê e do outro o funk do Melô do Créu. O pessoal de Marabá dançou melhor.

Nenhum comentário: