sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Pará além do plebiscito

Zenaldo: enfrentamentos com João Salame durante debate sobre divisão
Então é assim.
A campanha do plebiscito tem virado o mundo da política paraense de ponta-cabeça.
De cabeça pra baixo.
Eleição especialíssima, em que os sentimentos de apego ao torrão natal talvez falem mais alto do que elementos objetivos para justificar posições contrárias ou favoráveis à criação dos Estados do Tapajós e de Carajás, o plebiscito de 11 de dezembro mistura de tal forma os discursos que, às vezes, não se sabe ao certo quem é quem.
No debate de ontem, por exemplo, isso ficou bem claro nos enfrentamentos verbais travados, sobretudo, entre os representantes da Frente Contra e a Favor de Carajás, respectivamente o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB) e o deputado estadual João Salame (PPS).
Salame, vice-líder do governo, sentou a pua, meteu o pau, baixou o malho no governo do qual é aliado na Assembleia Legislativa e que tem por obrigação, é claro, defender.
Sim, sim, lá pelas tantas, inclusive quando provocado diretamente a dizer o que pensava da figura pública do governador Simão Jatene - que também passou a levar cipoadas da Frente do "Sim" nos últimos dias -, Salame foi muito claro e incisivo: "Sou aliado, e não puxa-saco do governador".
Claro, assim é que deve ser em qualquer circunstância da vida, porque a bajulação, vamos e convenhamos, quase sempre é uma excrescência.
João Salame: "Sou aliado, e não puxa-saco do governador"
Mas convém não esquecer que a especialidade, a singularidade de uma escolha como essa, que convoca o Pará a decidir se quer ou não a criação de dois novos Estados, não se esgota no ato de cravar 55 ou 77 no próximo dia 11 de dezembro.
Não.
As cisões, as fissuras, os ressentimentos, as mágoas, o clima de divisão vai continuar, ainda que o "Não" vença.
E quem deve administrar isso não é apenas o governador do Estado - o atual e os futuros, sejam quem forem.
As lideranças políticas também têm responsabilidade nessa, digamos, assim, reconstrução do Estado.
Um Estado que, não resta dúvida, em várias regiões precisa mesmo é ser construído - precisa sair do zero, precisa superar enormes adversidade, precisa ser edificado, precisa começar do começo, do princípio.
Literalmente.
Em sua edição de hoje, por exemplo, O LIBERAL mostra a relação médico-habitante no país inteiro.
Matéria do repórter Thiago Villarins revela que o Estado ostenta, nesse particular, índices africanos, índices dos países mais pobres da África. Os médicos estão concentrados em Belém.
O estudo intitulado "Demografia Médica no Brasil: dados gerais e descrições de desigualdades", do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), aponta que Pará tem a segunda pior marca do País na relação médico por habitante: 0,83 médicos a cada grupo de mil habitantes. Índice pior só no Maranhão - 0,68 médicos a cada mil pessoas.
Esses números têm consequência na vida cotidiana das pessoas.
Há pessoas morrendo em situações em que poderiam ser salvas.
Há pessoas padecendo de dores que poderiam ser minoradas, se houvesse atendimento médico mínimo.
Há pessoas abandonadas à própria sorte nos mais recônditos, nos mais remotos rincões de um Estado continental como este, à espera da presença do Poder Público - mesmo que seja uma presença aquém, muito aquém do que seria de se esperar.
Porque é certo que em muitas regiões do Pará nem se pode dizer que o Estado seja inoperante.
Nem se pode dizer que a presença do Poder Público seja opaca, ineficiente, ineficaz, imperceptível.
Em verdade, não há Estado nessas regiões.
Não há Poder Público nessas regiões.
Não há sinal de governo - nenhum, nada, zero vezes zero - nesses locais.
Políticos que trançam por aí, em época de eleição, já devem ter tomado contato com pessoas humildes, simples, que sobrevivem em locais quase incacessíveis e, portanto, abandonados.
Pois nesses locais, quando os moradores se referem a um espaço territorial que não seja aquele chão onde eles pisam, costumam dizer assim, todas as vezes em que precisam mencionar outro lugar, longe dali:
- Lá no Brasil...
Isso quer dizer o seguinte:
- Lá no Brasil a gente tem médico, aqui não.
- Lá no Brasil a gente tem educação, aqui não.
- Lá no Brasil a gente tem energia, aqui não.
- Lá no Brasil a gente tem segurança, aqui não.
É assim.
O Brasil é uma miragem.
Se o Brasil, imaginem só, já é uma miragem, o Pará também.
O Pará também é uma miragem.
Um lugar distante.
Fictício.
Inacessível.
Quem sabe, seja até um lugar ideal.
É longe dali.
É um lugar que só existe na imaginação daquela gente.
Pessoas humildes, esquecidas por esse Pará continental, perdem a própria referência territorial, perdem a noção de espaço e, certamente, perdem a noção do tempo, tão esquecidas, tão abandonadas, tão desprezadas elas se encontram há décadas, para não dizer há séculos.
É preciso que todos se deem conta disso.
Porque não basta reconhecer que o Pará tem problemas.
Isso não é muito suficiente para conferir uma certa autenticidade a discursos que se mostram cautelosos, para não exibir seus autores como cidadãos insensíveis à realidade.
Por que esse tipo de discurso não é suficiente?
Porque se qualquer pessoa, nesta campanha, viesse a dizer que o Pará não tem problemas, seria confundida com um piadista da pior espécie. E desconsiderada por causa disso.
Por isso, repita-se, não basta reconhecer que o Pará tem problemas.
É preciso reconhecer que, secularmente, nada se faz - nada, absolutamente nada - para atacá-los, para superá-los, para minimizar os seus efeitos.
Nada ou muito pouco se tem feito para que o cara que está no igapó, no interior do interior da comunidade mais remotada do Tapajós e de Carajás, diga assim.
- Aqui no Pará a gente tem saúde.
- Aqui no Pará a gente tem educação.
- Aqui no Pará a gente tem energia.
- Aqui no Pará tem governo.
Mais do que dizer "é claro que o Pará tem problemas, não podemos esconder isso", é preciso que ouvíssemos compromissos claros de que os problemas serão resolvidos.
De que os abandonados serão reinseridos no mundo.
Pelo Sim, pelo Não, é preciso que todos reflitam sobre isso.
Os que defendem e os que não defendem a criação dos Estados de Carajás e do Tapajós.

16 comentários:

Anônimo disse...

Sem tirar nem por, sua postagem diz tudo sr. blogueiro. É lamentável ver irmãos brasileiros numa disputa que não resolve a real situação do menos aquinhoado. Lamentamos agora é o ódio das pessoas que moram nas regiões desse território chamado Pará. Espero que não comecem a segregar o ser humano, como em países de sociedade tribal. Terrível ver isso acontecer em nosso século, neste país chamado Pará.

Anônimo disse...

Nasci e resido no Sudeste. Nesses últimos dias, e à distância de milhares de km, venho assistindo esse crucial momento político e administrativo para o povo do Estado do Pará.
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Permitam-me contar um fato real. Semanas atrás, eu e familiares estávamos em um hotel de uma aprazível cidade do Circuito das Águas de SP. Conhecemos e batemos um bom papo com um casal da Região Metropolitana de Campinas (SP). Ele e ela, influentes advogados e ativos na vida política e administrativa da cidade onde residem.
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Indo ao assunto: a certa altura do bate-papo, o advogado e político sugeriu para minha filha (doutora em engenharia) e para a minha neta (prestando vestibulares para Direito) que não perdessem a oportunidade de participar de criação de um dos novos Estados, Tapajós ou Carajás. Discorreu sobre os desafios, implantação de Instituições, criação de Universidades, constituição do arcabouço jurídico, administrativo e tributário de um novo Estado, etc. Seria um início penoso de adaptação, talvez em uma localidade carente em infra-estrutura (luz, água, esgoto, hospital, escolas, comércio diversificado), mas seria questão de tempo para galgar na carreira profissional, ou atividades autônomas e empresariais, e ganhar dinheiro o suficiente para "se aposentar" em 10 ou 15 anos, em condições de até poder optar por voltar a residir na terra natal, no Sudeste.
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O que a “bem intencionada sugestão”, acima, me fez pensar?
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Eis um "destino" que herdamos do colonialismo luso-espanhol: contaminação pelo "vírus" de se aventurar, conseguir riquezas e depois poder voltar para a "terrinha" e comprar um "título de nobre da Corte". O resultado, desse “estilo e valores” que herdamos, é conhecido e vivido por todos aqueles que não pertencem à elite dirigente: concentração de riqueza em mãos de poucos, miséria e pobreza para muitos.
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Esse antigo sonho de riqueza e poder, continua vivo nos descendentes dos primeiros colonizadores?
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Sim, podemos perceber no modus operandi dos políticos, autoridades e muitos empresários brasileiros, e entre os vizinhos latino-americanos, também.
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Se esse "estilo" e "destino" herdado do colonialismo luso-espanhol for praticado nos novos Estados, caso o plebiscito aponte vitorioso o "SIM", tudo continuará na mesma ao que é no Estado do Pará e todos os demais Estados brasileiros: simplesmente, novos integrantes das novas "elites", um certo número de "remediados" e a maioria de sempre, constituída por pobres e miseráveis "vítimas do destino, ou Deus quis assim...".
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A lição, em caso do “SIM” vitorioso no plebiscito?
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Ser pioneiro e empreendedor é uma coisa, ser aventureiro-explorador- oportunista é outra coisa. Cuidado, muito cuidado com os milhares de aventureiros "nativos" e "forasteiros"!
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Que Deus Abençoe o povo paraense nessa importante decisão. Amém.

Anônimo disse...

DE EGOÍSMOS E ALTRUÍSMOS - A necessária evolução do NÃO para o SIM

A campanha política do NÃO está prenhe da maior cota de egoísmo dos seus líderes, ao expendir de suas entranhas as falas, os dizeres e em especial os gestos diários para manter o mesmo status, sem mudanças, sem alterações da mesma realidade que os alimenta e sustenta. De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, do apego àquilo que o ser humano ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre, como sua legislação, seu modo de organização social, na medida da sua própria educação.

Por outro lado, na propaganda do SIM, o altruísmo revela a virtude daqueles que se desprenderam das suas amarras nativas, e passam a adotar um tipo de comportamento solidário, em que as ações de um indivíduo beneficiam outro trazendo, algumas vezes, até mesmo algum tipo de prejuízo para o próprio. Genericamente, o termo é muitas vezes percebido como sinônimo de solidariedade. A palavra altruísmo foi cunhada em 1831 pelo filósofo francês Auguste Comte, com a finalidade de caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os seres humanos a dedicarem-se aos outros.

Gestos negativos de não apresentar propostas para uma discussão objetiva, ampla e condizente com o debate são do tipo conservadores e revelam reduzida capacidade de perceber as necessidades dos outros. Quando ouvimos na televisão e rádio uma notícia do "oeste do Pará", os apresentadores e locutores estão se referindo a Altamira, que geograficamente fica no centro deste Pará. Mas, a educação egoística que receberam na convivência da sociedade belenense os fez dizer à oeste tudo que está do lado esquerdo da capital paraense. Pior é quando justificam que Santarém fica ao lado de Altamira...

Propor aumento de quotas-partes para a mesma região ao se adotar o mecanismo da partilha em tres unidades federativas é ser solidário com todos, inclusive com os paraense de Belém. Os paraenses de Faro a Viseu, de Afuá a Conceição do Araguaia serão melhores aquinhoadas nas suas dotações orçamentárias, quando o desprendimento presidir as ações daqueles cidadãos, políticos ou não, e assim decidirem investimentos públicos na sua própria dimensão regional.

A visão curta do egoísmo é tão prejudicial que um político desesperado atira no próprio pé, contra si mesmo, ao dizer que "os separatistas" são políticos que só pensam em si mesmo, no seu próprio bolso. Tal político ficou cego pelo próprio egoísmo e não mede mais consequências, e se preciso for, "fala mal" de sua gente, seus colegas de profissão. A representatividade democrática escolhida por esta república que integramos ainda é e será sempre presidida pelos políticos bons ou maus, na medida de seus próprios nichos de origem, corroborando a máxima de que cada um tem o governo que merece, no sagrado sufrágio universal.

Finalmente, descolados da própria cegueira de nascimento, curados pela permanente busca do saber via processo educacional, outros políticos podem contribuir e se apresentam como alternativa para absorver o conhecimento universal da humanidade, adotando progressivamente atitudes solidárias com o próximo, sugerindo mudanças com propostas desestruturantes, evoluindo do NÃO para o SIM, em modo de aperfeiçoamento da alma maior do brasileiro que somos todos nós, paraenses, carajaenses ou tapajônicos. Viva a evolução da humanidade paraense, viva o SIM!

Anônimo disse...

A campanha política do NÃO está prenhe da maior cota de egoísmo dos seus líderes, ao expendir de suas entranhas as falas, os dizeres e em especial os gestos diários para manter o mesmo status, sem mudanças, sem alterações da mesma realidade que os alimenta e sustenta. De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, do apego àquilo que o ser humano ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre, como sua legislação, seu modo de organização social, na medida da sua própria educação.

Por outro lado, na propaganda do SIM, o altruísmo revela a virtude daqueles que se desprenderam das suas amarras nativas, e passam a adotar um tipo de comportamento solidário, em que as ações de um indivíduo beneficiam outro trazendo, algumas vezes, até mesmo algum tipo de prejuízo para o próprio. Genericamente, o termo é muitas vezes percebido como sinônimo de solidariedade. A palavra altruísmo foi cunhada em 1831 pelo filósofo francês Auguste Comte, com a finalidade de caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os seres humanos a dedicarem-se aos outros.

Gestos negativos de não apresentar propostas para uma discussão objetiva, ampla e condizente com o debate são do tipo conservadores e revelam reduzida capacidade de perceber as necessidades dos outros. Quando ouvimos na televisão e rádio uma notícia do "oeste do Pará", os apresentadores e locutores estão se referindo a Altamira, que geograficamente fica no centro deste Pará. Mas, a educação egoística que receberam na convivência da sociedade belenense os fez dizer à oeste tudo que está do lado esquerdo da capital paraense. Pior é quando justificam que Santarém fica ao lado de Altamira...

Propor aumento de quotas-partes para a mesma região ao se adotar o mecanismo da partilha em tres unidades federativas é ser solidário com todos, inclusive com os paraense de Belém. Os paraenses de Faro a Viseu, de Afuá a Conceição do Araguaia serão melhores aquinhoadas nas suas dotações orçamentárias, quando o desprendimento presidir as ações daqueles cidadãos, políticos ou não, e assim decidirem investimentos públicos na sua própria dimensão regional.

A visão curta do egoísmo é tão prejudicial que um político desesperado atira no próprio pé, contra si mesmo, ao dizer que "os separatistas" são políticos que só pensam em si mesmo, no seu próprio bolso. Tal político ficou cego pelo próprio egoísmo e não mede mais consequências, e se preciso for, "fala mal" de sua gente, seus colegas de profissão. A representatividade democrática escolhida por esta república que integramos ainda é e será sempre presidida pelos políticos bons ou maus, na medida de seus próprios nichos de origem, corroborando a máxima de que cada um tem o governo que merece, no sagrado sufrágio universal.

Finalmente, descolados da própria cegueira de nascimento, curados pela permanente busca do saber via processo educacional, outros políticos podem contribuir e se apresentam como alternativa para absorver o conhecimento universal da humanidade, adotando progressivamente atitudes solidárias com o próximo, sugerindo mudanças com propostas desestruturantes, evoluindo do NÃO para o SIM, em modo de aperfeiçoamento da alma maior do brasileiro que somos todos nós, paraenses, carajaenses ou tapajônicos. Viva a evolução da humanidade paraense, viva o SIM!

Anônimo disse...

Parabéns, Anônimo das 20:42, pelo acertado comentário.

Anônimo disse...

O Salame não puxa o saco agora, mas deixa passar a eleição para ver se ele não vai lá beijar a mão do Simão e dizer: "Sabe como é, governador, era campanha eleitoral e a gente se excede.. Perdoe-me!"

Se ele não é capaz de peitar o Duda Mendonça, que, segundo se comenta na internet, manda e desmanda nele e nos demais separatistas, como é que ele se pretende uma autêntica liderança?

Voto 55 e 55.

Anônimo disse...

Konduri,


Falar de egoísmo em política é de uma ingenuidade sem precedentes.

Vocês, separatistas, querem, por exemplo, deixar nosso território com apenas 17% da atual configuração - isso não é egoísmo, Konduri? Se não for egoísmo, é simplesmente saque, esbulho ou algo parecido.

Anônimo disse...

ORGULHO BESTA NÃO ENCHE BARRIGA, É PRECISO ACABAR COM A MISÉRIA DO PARÁ

Pelo menos para alguma coisa serviu o passeio da equipe da Rede Globo pelo Pará: para mostrar ao Brasil, em palco tão reluzente, e aos próprios paraenses, o que todos vemos todos os dias, isto é, quadros de aguda e vergonhosa miséria que infelicita este Estado em todos os seus quadrantes.

Miséria encontra-se pelo País todo, mas não na intensidade e na extensão com que se verifica, por exemplo, em Belém. Não existe no Brasil uma cidade deste porte com tamanha exposição de feridas sociais tão desumanas. Metade da população desta cidade vive nas famosas Baixadas, como aqui chamamos as favelas. Milhares de famílias vivem literalmente dentro da lama, na borda dos igarapés imundos, nos ambientes mais infectos imagináveis.
Situações semelhantes, obviamente em ponto menor, observa-se em Marabá, Santarém, Ananindeua, Castanhal, em Breves e em todo o paupérrimo Marajó, assim como em todo o vasto interior. Parece que pouco mudou nesta parte da Amazônia depois de 1835, quando os Cabanos viviam tão explorados e excluídos que, em certo tempo, quando morriam, seus corpos eram jogados aos urubus. Só eram dadas sepulturas aos brancos.
Por que será que, numa região tão rica em bens naturais, a maioria dos seus habitantes amarga uma miséria tão desgraçada assim?
Pois é esse panorama de tristeza e de revolta que está subjazendo à campanha do plebiscito do próximo dia 11 de dezembro. No começo da campanha, os do Não diziam que Carajás era rico e que o Tapajós era pobre. Os de lá diziam que Belém concentrava a maior parte da riqueza do tesouro estadual, o que é verdade, mas não toda.
Nesta última semana Sins e Nãos parecem ter caído na real e passaram a eleger a miséria como cabo eleitoral comum,
VAMOS DEIXAR O ORGULHO DE LADO, É PRECISO TER VERGONHA DESSA MISÉRIA. DIGA SIM AO DESENVOLVIMENTO DO NOVO PARÁ
77 e 77

Adelina Braglia disse...

Bom dia,, caro Paulo:

seu post e o comentário do "estrangeiro" as 20:42 são uma elegia à serenidade e à reflexão para nós, brasileiros do Pará.

O que ele não disse e eu digo é que o estado do Tocantins, em que pese a "pujança" decantada pelos separatistas, apresenta hoje uma taxa de população em situação de extrema pobreza três vezes superior à do estado-mãe (Goiás) e um PIB sete vezes menor.

Que em que pese muitos terem se locupletado com o celeiro de empregos públicos, isso também levou a um celeiro de corrupção.

Quanto do Deputado João Salame, não pela sua posição a respeito da divisão - legítimo direito de qualquer cidadão - mas pela estranha postura "aliada" que se esboroa por qualquer vento mais forte, é necessário que ele explicite seu conceito de aliança.

Do jeito que está ele nos reforça apenas a impressão de confundir aliança política com oportunismo eleitoral.

Abração, Paulo.

Anônimo disse...

Anônimo das 22:49,

Em espaço menor do que os 17% voces concentraram 90% dos recursos do Pará. Quem é egoísta? Saque, esbulho ou algo parecido é agir com verba pública como se lhe pertencesse... dispondo ao seu redor; ademais, anônimo, a ignorância é que fomenta o egoísmo... por não perceber o outro; achar que tudo lhe pertence... santa ingenuidade... afetuoso abraço!

Francisco Sidou disse...

Parabéns, caro PB, pela postagem. Você foi na "ferida" ao comentar com lucidez os exageros da campanha sobre o Plebiscito separatista. Não sou marqueteiro, apenas modesto jornalista, mas não consegui entender a "sacada genial" do tal mago Duda Mendonça em procurar conquistar corações,mentes e adesões ao SIM através de uma enxurrada de ataques à autoestima do povo paraense, "batendo forte" para depois dizer que tudo pode melhorar a um simples passe de mágica. É como se alguém recebesse um amigo em sua casa, com distinção e apreço, servisse-lhe o melhor prato e o melhor vinho e, na saída, ele retribuísse a hospitalidade com críticas e só reparasse os defeitos em sua casa. Mas, em sendo político, ainda tivesse a petulância de pedir o voto do anfitrião, na maior "caradura"...
Sobre as carências de nosso Estado, é clario que também não serão resolvidas com a divisão de seu território, mas, principalmente, com a mudança do modelo de gestão da "coisa" pública. Outro dia estive em Tailândia, a serviço. Conversando com o prefeito Gilbertinho, este me disse que está a procura de médicos para o Hospital da cidade, mas ninguém de Belém quer ir trabalhar em Tailândia, mesmo com um salário que vai de R$-20 a R$-30 mil reais...Logo, não será surpresa se médicos cubanos e peruanos brevemente "baixcarem" em tailândia, a exemplo do que já acontece em muitos outros municípios do Pará, do Amazonas e Acre. Perdoem-me os marquieteiros do SIM, mas essas coisas não se resolvem apenas com a divisão do terrotório de um Estado. Por outro lado, não se promove desenvolvimento com a divisão da escassez (de recursos) .

Anônimo disse...

Esse discurso de que querem deixar nosso território com apenas 17% da sua área, é pura falta de argumentos para justificar o posicionamento contrário a divisão. Primeiro que se a proposta fosse de criar apenas o estado do Carajás ou apenas o Tapajós,não existiria esse argumento,e iriam ser contra a idéia do mesmo jeito.

Anônimo disse...

Prezada Adelina (e internautas),


Veja o último resultado do IDEB para constatar que o Estado de Tocantins ficou, salvo engano em penúltimo lugar, o que significa que educação pública lá é uma porcaria; o Pará ficou na frente do "grande" Tocantins.

Sabemos que os separatistas querem - são as sinecuras do serviço público para uma elite política altamente despreparada - veja o desempenho do Joãozinho "Pizzaollo" Salaminho e Liara "Acampamento" Maia nos debates.

Essa gente despreparada e desprezível já conseguiu a mídia que queria, parabéns pra eles, mas a festa acaba no dia 11.12 com a vitória, de goleada, do Não e Não.

Viva o Pará unido e forte!!!

Venceremos!!!

Umas histórinhas para quem não acredita em Papai Noel, Saci Pererê e em promessas de políticos - disse...

I. Cenas da vida real:
É torturante: um casal que chegou ao ponto de um "hiper-detestar" o outro e ter que dormir na mesma cama, fazer as refeições juntos, ir em festas juntos e... só para manter as aparências, seja para os filhos, ou interesses sociais, econômicos e políticos. Situação onde a tragédia está sempre rondando, aguardando o um dia que o casal perderá o controle e "partirá para a ignorância": um tiro, ou uma facada, ou um empurrão da cobertura para fora do prédio... E todos os próximos que sabiam da real situação, se perguntando, "Deviam ter encarado a realidade e se separado há anos, sem manter a farsa de união durante tanto tempo... coitado dos filhos...".
¨
II. Cenas da vida real
Também tem aqueles casos em que o casal se separa e tudo numa boa... Cada um toma o seu rumo, os dois encontram finalmente a outra "cara-metade dos seus sonhos". Vivem felizes, convivem com o(a) “ex” e a filharada, sem grilos, sem revoltas, todos solidários. Final Feliz!
¨
III. Cenas da vida real - “Esperançosos Sonhos” (utopia?)
Nota: Trata-se de assunto sério: A nossa Esperança jamais será em vão, se lutarmos por um encadeamento de ações, em torno disso:


Considerando,

1. Quanto maior a miséria, mais fácil extrair as Riquezas Naturais e maior Degradação Ambiental.

2. Quanto maior a miséria, mais fácil cabrestar os eleitores.

3. Aos desumanos políticos, autoridades e empresários corruptos e predadores não interessa acabar com a miséria.

Conclusão:


A solução para eliminação da miséria através de significativo arranque econômico e social para o grande Estado do Pará não está na divisão em Três Estados.

A solução está, primeiramente, na radical reforma do BRASIL e não em um ou outro Estado da Federação, e começando por aquilo que todos já estão cansados de saber:

a) Ninguém pode ou poderá estar acima da Lei, pois se isso acontecer o Estado de Direito estará morto no Brasil.


b) Revisão das Leis, eliminando as brechas propositalmente existentes e para benefício justamente dos corruptos e criminosos "com alto poder aquisitivo", além da eliminação de Leis sabidamente absurdas, ou no mínimo, inócuas ou que visaram num determinado momento beneficiar alguns “amigos” ou prejudicar alguns “adversários”.
c) Novo Sistema Eleitoral e Político imune a mensalões, troca-troca partidário, nepotismo, aparelhamento das Instituições, garantindo que os eleitores tenham o Poder de Fiscalizar e Requerer a Punição dos Representantes que cometerem faltas contra o decoro parlamentar e aos interesses maiores da Nação.
d) Dedetização da vida política: cadeia para os corruptos, políticos, autoridades, funcionários públicos e empresários e seus auxiliares envolvidos em marucataias; busca e apreensão dos bens patrimoniais dos denunciados, julgados e condenados, revertendo aos cofres e patrimônios públicos (Federal, Estaduais e Municipais).
e) Tolerância Zero no combate aos crimes, cumprindo a Constituição e Leis como única forma de acabar com a “certeza de impunidade” que vem imperando no Brasil atual .
f) Após a dedetização e higienização da vida política, jurídica e econômica da Nação, finalmente o Brasil conseguirá a Eficácia nas ações de Planejamento e Orçamento Públicos, principalmente nas áreas da Saúde, Educação, Segurança Pública e da Infraestrutura (condições para melhoria da produtividade e Qualidade, escoamento da produção, exportação e, sobretudo, geração de empregos) - ou seja, a Eficiência, Efetividade e Eficácia da Administração Pública apenas será realidade quando for eliminado o roubo do dinheiro público.
g) Uma vez cumpridos esses passos, então seremos eficazes nas ações para eliminação da miséria - enfim, seremos uma Sociedade Justa, com Respeito e Zelo pelo Equilíbrio Ecológico. Quando esse dia chegar, então o Pará poderá conviver solidariamente com Tapajós e Carajás.

Um “estrangeiro” do Sudeste, sabedor que "sapo de fora não chia"

Anônimo disse...

Entre as mazelas de nosso estado é gritante a questão da saúde,dizer que os médicos não querem ir para o interior parece que virou mantra.É preciso esclarecer a população que os médicos da SESPA não tem plano de cargos,carreiras e vencimentos e seu salário é muito baixo,salvo algumas especialidades que recebem abono(que não conta na aposentadoria).Algumas prefeituras acertam vencimentos elevados,mas só pagam nos primeiros meses depois começam a dar calote porque já cadastraram os programas de saúde usando o CRM do incauto que pegaram.Falta é seriedade no trato da SAúde por parte da SESPA e scretarias municipais.Os médicos são vitimas junto com a população dessa forma injusta e irresponsável de gerir saúde pública no Pará.

Anônimo disse...

Caro Paulo,

O grande problema é que aqueles que nos estapeiam com o NÃO e Não, NEM PELO C....., nos oferecem em troca o NADA E NADA.

Saudaçõers Tapajônicas,

Nilson Vieira

Estado do Tapajós, 77, SIM !!!!

Estado do Carajás, 77, SIM !!!