Governadora vai nomear pro tempore para a Uepa

Quando os partidários dos professores Sílvio Gusmão e Bira Rodrigues acordarem, na manhã desta quinta-feira, deve estar consumado mais um ato que acrescentar lenha à fogueira do caso Uepa, cujas chamas já assumiram a dimensão de labaredas desde a concessão de liminar que, em janeiro passado, suspendeu o processo de escolha do novo reitor da instituição.
A decisão do Consun, de escolher os professores Ana Kelly Martins, do Centro de Ciências Sociais e Educação, Napoleão Braum, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, para responder provisoriamente pelos cargos de reitora e vice-reitor da instituição, vai se confrontar com outra decisão.
A governadora Ana Júlia Carepa deverá mesmo nomear a professora Marília Brasil Xavier como reitora pro tempore. Sua vice será a professora Maria das Graças da Silva. As nomeações serão publicadas no Diário Oficial do Estado até amanhã, quando se encerra o mandato do atual reitor, Fernando Palácios.
Resumo da ópera: todos ganharam, todos perderam.
Ganharam os partidários de Gusmão quando impuseram sua vontade no Consun, que escolheu dois nomes que seriam apenas homologados pela governadora.
Ganharam os partidários de Bira Rodrigues, que defendem a plena legalidade da indicação de um pro tempore por live nomeação do chefe do Executivo.
Em conseqüência, perderam os partidários de Gusmão, que não admitem a escolha do reitor pro tempore por meio ato administrativo da governadora.
E perderam os simpatizantes da candidatura Bira Rodrigues, eis que, apesar da nomeação da pro tempore, a decisão do Consun, de escolher ele mesmo dois nomes, vai acabar levando a disputa novamente para o Poder Judiciário.
Continua tudo na mesma no caso Uepa, onde falta serenidade e sobram paixões acesas na disputa pelo poder.