O jornalista Roberto Cabrini, da Record, preso na terça-feira (15/04) sob a acusação de porte de entorpecentes e tráfico de drogas, continua detido. Ele estaria com dez papelotes de cocaína. O repórter já foi transferido da 100ª DP, no Jardim Herculano, para a 13ª DP, no bairro da Casa Verde. Na transferência, ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Cabrini divulgou uma nota, escrita a mão, em que explica ter sido preso enquanto se encontrava com uma fonte no PCC, proprietária da droga. O jornalista recebeu DVDs com material que comprova a entrevista feita com o líder da organização, Marcos Camacho, e que foi investigada pela Secretária de Segurança Pública de São Paulo. Segue a íntegra da nota.
"Como jornalista, informo aos colegas que tenho atuado há 2 anos no caso PCC, jamais parei de investigar e apesar de inúmeras pressões sempre tive certeza da autenticidade da entrevista que efetuei em maio de 2006 com o líder da facção Marcos Camacho.
Hoje minha fonte me procurou para me entregar fitas sobre as quais a muito tempo tenho conhecimento. Neste material, o líder confirma a autenticidade da entrevista e fala ainda sobre os fatos que envolveram os ataques de 2006. Neste tempo todo de busca, me foi permitido assistir a cerca de 40 segundos da gravação, não mais do que isto, mas suficientes para confirmar sua existência. As fontes do PCC sempre me informaram que os esclarecimentos sobre o que aconteceu durante os ataques, só poderiam ser feitos quando sua revelação não representasse risco a integridade física de vários detentos. Hoje uma fonte marcou um encontro para entrega de 3 DVDs, após contato telefônica a fonte me levou ao local na Zona Sul, onde seriam entregues os DVDs já prometidos a muito tempo.
Ao invés de receber fitas, houve sim uma abordagem policial. Estou sendo vítima de uma armação em virtude de estar investigando assuntos que incomodam a muitas pessoas. Apesar de tudo, comunico que sempre protegi e protegerei minhas fontes, afinal considero o respeito fonte-jornalista um dos princípios mais sagrados da minha profissão."
Cabrini foi autuado com base no artigo 33 da Lei 11343/06, por tráfico de drogas. Segundo a Record, o jornalista estava pautado para o encontro. Advogados da emissora estiveram na delegacia ontem, tentando liberar o jornalista. Uma nota será emitida em breve.
Diz o Boletim de Ocorrência que Cabrini foi preso em flagrante, às 18h45min, com 10 papelotes de cocaína, encontrados no porta-luvas do carro, na rua Deocleciano de Oliveira, no Parque Santo Antônio, considerada pela polícia uma área suspeita. Policiais civis faziam uma ronda no local quando Cabrini passou de carro. Segundo o B.O. ele parou numa padaria, onde foi abordado por PMs. Haveria uma mulher com ele, classificada como testemunha, que já foi liberada.
Fonte: Comunique-se
Um comentário:
Se houver tratamento isento do envolvimento de Roberto Cabrini em prisão por tráfico de drogas, a polícia paulista deve investigar todos os aspectos desse fato,inclusive a possibilidade de ser flagrante forjado. Pode ser aproveitada, também, a oportunidade para a poilícia divulgar suas investigações sobre ameaças de morte que o repórter Caco Barcelos recebeu quando publicou livro sobre extermínios promovidos por policiais militares de São Paulo.
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