O que o ex-governador Almir Gabriel conversou com tucanos que o visitaram no Hospital do Coração, em São Paulo, enquanto ali permaneceu por 14 dias para recuperar-se do infarto e da cirurgia da próstata a que se submeteu, não foram só abobrinhas.
Muito pelo contrário. Almir, turrão que nem ele e sem papas na língua, mas também com a autoridade e experiência acumuladas em quatro décadas de vida pública, quando ocupou os cargos de maior relevância no Estado, externou claramente sua insatisfação com as estratégias que do PSDB no Pará, neste período que antecede as eleições de outubro deste ano, para as prefeituras e câmaras municipais.
Um tucano emplumado que fez parte da equipe do ex-governador e que esteve com ele na última quinta-feira, dois dias antes de o HCor autorizar a alta médica, ouviu claramente de Almir a avaliação que o partido está muito tímido neste período pré-eleitoral.
É preciso, defendeu Almir, que o PSDB, com a estrutura que tem no Pará, e muito embora essa estrutura tenha sido de alguma forma abalada depois destes quase 18 meses de governo petista no Pará, pois é preciso, acha Almir, integrar mais os prefeitos municipais, e sobretudo eles, às ações pré-eleitorais do partido.
Nesse aspecto, defendeu Almir, o PSDB no Pará deveria esmerar-se em montar uma estrutura de comunicação que não deixasse o interior tão apartado, tão distante dos núcleos de decisão do partido em Belém. Com isso, seria possível, entende o ex-governador, desenvolver estratégias mais conseqüentes para reanimar o PSDB e revigorar-lhe a musculatura, para que possa recuperar o espaço perdido desde que foi derrotado na campanha de 2006, após 12 anos de governos tucanos no Estado do Pará.
Não se sabe se os tucanos a quem Almir externou tal avaliação o informaram que o PSDB tem feito no Estado do Pará justamente os encontros regionais, que têm servido como uma prévia eleitoral para azeitar a máquina partidária. Os dois mais recentes encontros foram feitos em Altamira e Santarém, sem contar com a visita do presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), a Belém, na semana passada.
De qualquer forma, se Almir foi informado sobre os seminários - e certamente o foi, porque tem estado afinadíssimo com as coisas da política paraense -, com certeza deverá estar achando que falta algo mais.
Pois esse algo mais, acha o ex-governador, é que poderia tonificar o PSDB paraense a desenvolver uma estratégia de atuação mais conseqüente com as aspirações de um partido que aspira a voltar a ser a grande força na política paraense.
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