No AMAZÔNIA:
O oficial de Justiça licenciado Antônio Sérgio Barata da Silva, de 47 anos, foi apresentado à imprensa, ontem de manhã, pela Diretoria de Polícia do Interior (DPI), como suspeito pela morte do menino Pethrus Augusto Maia Orosco, de 4 anos. A criança desapareceu no final da tarde do último sábado, do pátio da casa da avó, em Bragança, e foi encontrada morta às 13h30 da última segunda-feira, às margens do igarapé Buracão, na vila Bacuriteua, a 10 quilômetros do centro de Bragança, na estrada de Ajuruteua.
Durante a coletiva, Antônio deu a sua versão dos fatos. Além de negar envolvimento no crime, ele acusou a polícia de negligenciar detalhes da investigação que favoreceriam sua inocência. Um desses 'detalhes' refere-se ao tempo entre a ida dele à casa dos avós e o desaparecimento do menino. Ele alega ter estado na casa entre 17h30 e 18 horas do sábado. De lá, garante ter ido direto para um bar localizado no centro de Bragança, onde teria chegado por volta das 18h30. Mas, segundo o que a polícia apurou, ele chegou ao bar entre 20h30 e 21 horas. 'Primeiro a polícia falava em uma hora, depois cerca de meia hora. Mais adiante, já diziam que ‘minutos após minha ida’, o menino sumiu', criticou o suspeito. 'Não tenho nada a ver com o crime. Conheço os pais da criança há um ano e sou amigo deles. Foram meus vizinhos numa vila onde morei em Bragança. Além disso, não tenho tendências homossexuais, nem à pedofilia', garantiu Antônio, que em 1996 foi condenado pelo estupro de uma adolescente de 14 anos, em Rondon do Pará, que morreu por causa da violência sofrida. O caso aguarda recurso de apelação.
A prisão temporária de Antônio foi decretada pela Justiça no domingo à noite, a pedido do delegado Wander Veloso, da Delegacia de Bragança, com base no depoimento da irmã da vítima, uma menina de 10 anos. O delegado Wander não participou da coletiva por estar acompanhando a necropsia do corpo do garoto que ocorria no Instituto Médico Legal (IML). Por isso, as informações sobre o inquérito foram repassadas à imprensa pelo diretor de Polícia do Interior, delegado Miguel Cunha. 'A menina contou que o Antônio esteve na casa perguntando pelo tio deles. Ela respondeu que o tio não estava. Perguntou então pelos pais e a criança disse que estavam viajando. Daí, o Antônio a convidou para dar uma volta. Mas ela se recusou e correu para dentro de casa, deixando o irmão no pátio. Momentos depois, ela escutou barulho de porta de carro batendo e, ao correr de volta ao pátio, o irmão havia sumido', narrou Cunha. 'Conforme o resultado do laudo necroscópico, o delegado Wander deve pedir que a Justiça decrete a prisão preventiva do acusado'. Essa versão é um pouco diferente da apresentada por Wander, que disse que a irmã de Pethrus não disse que Sérgio havia perguntado pelo tio, que estava em casa.
Para Antônio, a irmã de Pethrus estaria 'inventando' essa versão 'por pressões familiares ou por se sentir culpada pelo sumiço do irmãozinho'. Entre 17h30 e 18 horas, diz Antônio, 'eu estive lá procurando o tio deles. A Carline falou que ele não estava. Daí, perguntei pelos pais e ela disse que estavam viajando. Daí, brinquei falando algo sobre o fato de todos estarem viajado e fui embora. Eu não entrei na casa. Eles estavam no pátio, mas não sei se o portão estava trancado, porque não me aproximei', conta o acusado.
'Eu estava lá ajudando nas buscas e ouvi a menina contar ao tio e à avó que depois que eu fui embora ela estava com o irmão na sala brincando. Num dado momento, ele saiu da casa. Daí, ela escutou barulho de porta de carro fechando e achou que eram seus pais voltando de viagem. Quando correu ao pátio, já não viu mais o irmão e o portão estava aberto. Ela olhou para a esquina e viu um Siena e um Gol brancos subindo a rua', lembrou Antônio, que assegura ter visto Pethrus pela última vez há cerca de três semanas.
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