Em O ESTADO DE S.PAULO:
No Poder Judiciário Federal e no Ministério Público, os criticados saques em dinheiro com cartões corporativos superaram, em 2007, os pagamentos faturados nas lojas. Reproduzindo a conduta de funcionários do Executivo, cerca de 900 servidores da Justiça e do Ministério Público detentores de cartões sacaram R$ 1,288 milhão em dinheiro para cobrir gastos imediatos, valor equivalente a 60% do total movimentado, de R$ 2,1 milhões. Os pagamentos em lojas somaram R$ 849,3 mil.
Os dados foram levantados pela assessoria de Orçamento do DEM no Senado no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo, que registra os gastos orçamentários federais. Os saques superaram as compras faturadas em praticamente todos os segmentos.
Na Justiça Federal, que inclui varas de primeira instância em diversos Estados e os Tribunais Regionais Federais, os saques corresponderam a 52% do total gasto. Na Justiça Eleitoral alcançaram 65% e na Justiça do Trabalho ficaram em 63%.
O Ministério Público Federal seguiu o mesmo comportamento. De cada R$ 10 gastos com cartões, R$ 6,40 foram retirados em espécie dos cofres públicos e usados em compras.
As retiradas em dinheiro vivo têm sido apontadas como um dos principais desvios na utilização dos cartões corporativos, que foram adotados em 2001. O objetivo era justamente ampliar o controle e a transparência das despesas de menor valor, que não são feitas por licitação pública, o chamado “suprimento de fundos”.
O registro dos valores faturados permite o acompanhamento direto pelos órgãos internos de auditoria e fiscalização orçamentária. Além disso, os extratos oferecem detalhes do destino do dinheiro, ampliando a possibilidade de controle social, quando divulgados.
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