segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Empresário ligado à Finatec diz ter sido indicado pelo PT

Na FOLHA DE S.PAULO:

Sócio-diretor Intercorp Consultoria Empresarial, o consultor Luís Antônio Lima, se comparou ontem a um bom médico para justificar a grande quantidade de administrações petistas que contrataram seus serviços por intermédio da Finatec, fundação ligada à UnB (Universidade de Brasília), dentro de um termo de parceria que vigorou de 2001 a 2005.
O Ministério Público do Distrito Federal investiga a suspeita de que administrações petistas tenham usado a Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos) para estabelecer, sem licitação, contratos com empresas de Lima. Segundo os promotores, a Intercorp e a Camarero & Camarero Consultoria Empresarial, empresa de sua sua mulher, Flávia Maria Camarero, foram beneficiadas com R$ 23 milhões de R$ 50 milhões pagos à Finatec.
A lista inclui sete governos petistas. Entre eles, as prefeituras de Recife, Fortaleza e São Paulo. Dizendo-se responsável por um projeto exitoso, Lima admite: "A grande maioria dos trabalhos foi efetivamente feita com governos que eram ligados ao PT e à sua base aliada".

Mas, perguntando-se "por que tem mais administrações vinculadas a um determinado partido do que outro?", argumenta que no Brasil são comuns indicações no setor público. "Quando se faz um trabalho no setor público e esse trabalho é bom, você é indicado para outras organizações, para os amigos. Esse processo foi simplesmente um processo de indicação, como um médico".
Gaúcho, Lima confirma informação -publicada pela revista "Época"- de que colaborou com a equipe de transição entre os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de 2002. Segundo ele, a Intercorp doou, através da Finatec, o software usado pela equipe do PT para diagnóstico da situação herdada pela gestão FHC.
A pedido da transição, lembra, foi criado um campo para descrição das reivindicações de cargos. Lima apresentou, pessoalmente, o software para a equipe. Segundo ele, o software foi solicitado à Finatec. Mas não sabe por quem.
Além dos petistas, Lima lista outros três clientes da Finatec, além do recém-assinado contrato com a Prefeitura de São Paulo, para provar o reconhecimento de seu trabalho: a Prefeitura de João Pessoa, então governada por Cícero Lucena (PSDB), a Prefeitura de Porto Alegre, já na gestão de José Fogaça (PMDB), para quem também cedeu um software, e o governo do Rio Grande do Sul (na administração do peemedebista Germano Rigotto).
Lima contesta auditoria da Prefeitura de São Paulo com indícios de que um contrato superior a R$ 12 milhões não fora realizado. "Foi um trabalho rico", disse o empresário, lembrando que a atual gestão não revogara um atestado de capacitação emitido pela anterior.Lima afirma que a Intercorp assinou uma parceria com a Finatec em 2001. A fundação, diz, se interessou pelo trabalho de "desenvolvimento de uma metodologia de gestão". Em 2005, a Intercorp transferiu os direitos do trabalho para a Finatec.

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