domingo, 10 de fevereiro de 2008

Executiva do PT isola Marta e abre guerra interna

Em O ESTADO DE S.PAULO:

A eleição da Executiva Nacional do PT, ontem, provocou reclamações e polêmica e, ao contrário da divulgada unidade, o partido deverá enfrentar um bom período de guerra interna. A chapa que reelegeu o presidente da legenda, deputado Ricardo Berzoini (SP), e que tem maior força no partido excluiu o grupo do deputado Jilmar Tatto (SP) dos principais cargos de comando, cedendo mais espaço para o grupo do deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT), eleito ontem secretário-geral, e do ministro da Justiça, Tarso Genro. A composição da Executiva enfraquece a ministra do Turismo, Marta Suplicy, ligada a Tatto. Na renovação petista, Marta deixou de integrar o Diretório Nacional.
Para petistas ligados a Tatto, a pequena representação do grupo é uma estratégia da ala majoritária para as eleições de 2010. Com o apoio de seu grupo na Executiva, Marta poderia crescer na disputa pela candidatura petista à Presidência da República.
Na eleição para a presidência do partido, em dezembro, Cardozo ficou atrás de Tatto, formando a terceira força do PT.
Nenhum dos três principais cargos da Executiva - Secretaria-Geral, Secretaria de Organização e Secretaria de Finanças - ficou com o grupo de Tatto. O deputado, em reação, não aceitou participar da Executiva em outra função. “Não vou participar de uma direção manca, sem unidade partidária”, reclamou. A Executiva foi eleita pelo diretório que tomou posse ontem com 51 votos contra 28.
Tatto classificou a eleição de “refundação do Campo Majoritário”, a tendência que comandou o PT nos últimos anos. Com 20% dos votos dos petistas na eleição direta em dezembro, a ala de Tatto teve sua representação na Executiva reduzida. O grupo tinha duas das três vice-presidências e a Secretaria de Organização no comando anterior, mas acabou agora com a Secretaria de Assuntos Institucionais, com menor expressão, e uma vice-presidência.


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