Na FOLHA DE S.PAULO:
Líderes do governo no Congresso vão tentar convencer o Palácio do Planalto e o PT a aceitar um acordo para entregar a presidência da CPI dos Cartões Corporativos ao PSDB. Até o PMDB já está disposto a fechar um entendimento com os oposicionistas.
A definição sobre a divisão dos dois principais postos da comissão -presidente e relator- deve ocorrer até amanhã, depois de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Jucá e Roseana Sarney (PMDB-MA), líder do governo no Congresso, defendem um acordo por duas razões: evitar a instalação de uma segunda CPI no Senado e criar um clima de entendimento com a oposição para negociar a reforma tributária, a ser enviada ao Legislativo até quinta-feira.
Apesar do discurso oficial de que o Palácio do Planalto não quer interferir na formação da CPI, o presidente Lula e o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro , assim como os líderes petistas, são contra entregar a presidência da comissão para o PSDB.
Lula e José Múcio argumentam que a oposição deseja transformar a CPI numa guerra política, buscando atingir o lado ético do governo. Eles se apegam ao fato de o regimento determinar que as maiores bancadas ficam com a presidência e relatoria da comissão.
"O presidente está animado com o momento atual e acha que a oposição apenas quer buscar um desgaste do governo nas questões éticas", afirmou o senador Renato Casagrande (PSB-ES), que se encontrou com Lula na semana passada.
Na tentativa de um entendimento com a base, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ofereceu ao senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para que ele presidisse a comissão. O peemedebista aceitou, mas aliados ao governo devem recusar a proposta por classificarem Jarbas Vasconcelos como independente.
Jucá e Roseana avaliam que uma guerra com a oposição só servirá para impedir a tramitação da reforma tributária. Quanto à CPI, alegam que o governo será maioria na comissão e nomear um tucano para presidência não irá alterar esse quadro favorável.
Amanhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega tem reunião agendada com a oposição para apresentar a proposta de reforma tributária. Hoje será a vez de encontro com as centrais sindicais no Palácio do Planalto também para debater o tema, com a presença de Lula.
"O medo deles com a CPI é tão grande que tiveram que apressar a apresentação da reforma tributária para fingir que tem assunto mais importante a ser tratado", disse Arthur Virgílio, em um sinal de que o governo pode ter dificuldades ao contar com a própria base para aprovar o projeto.
O governo também estuda outras modificações no modelo tributário brasileiro. Entre elas, uma mudança no Imposto de Renda da Pessoa Física, na busca de tentar facilitar a aprovação da reforma tributária.
Ainda não há definição sobre como seria feita essa mudança, cujo objetivo é reduzir a carga tributária sobre a classe média.
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