quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Tapajós neles

Esse, exatamente esse, é o título do comentário de um Anônimo, no post De viagens e desmatamento. Leia aí:

Governadora, Vice, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, ninguém mandou pelo menos um telegrama de condolências a nós, alenquerenses pela perda de 16 vidas no naufrágio de um barco na semana passada.
Ao mesmo tempo, o governador do Amazonas, Eduardo Braga, e a Deputada Estadual daquele estado Socorro Sampaio e o prefeito de Alenquer tiveram que arcar com o apoio aos sobreviventes e conforto as famílias das vítimas.
Não dava para mandar pelo menos um representante do Governo do Estado ou Assembléia Legislativa para ver se precisávamos de algo?
Em 2010, ó eles aqui outra vez.


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No final do ano passado, a governadora Ana Júlia Carepa foi à TV Cultura. Lá, em longa entrevista, pediu uma chance aos movimentos separatistas que defendem a criação de novas unidades territoriais a partir do retalhamento do Estado do Pará, como é o caso do Estado do Tapajós, na região oeste do Pará.
Além de ter pedido que lhe dêem uma chance, explicou que ações de integração estão sendo executadas pelo governo do Estado, para reinserir no contexto econômico, social e político do Estado regiões que se sentem marginalizadas, longe de Belém – o centro do poder e das decisões - não apenas geograficamente, mas politicamente.
Tudo muito bom, tudo muito bem.
Mas não são apenas ações propositivas, ações estratégicas, planejamentos e seja lá o que for que sensibiliza segmentos enormes da população do Pará. Às vezes, basta um telegrama de condolências, basta uma palavra curta, mas sincera, enfim, basta um gesto humano – não é um gesto político, é humano mesmo – para que a solidariedade toque fundo na alma dos outros, inclusive de anônimos cidadãos.
Não foi feito isso agora, segundo informa o leitor. Deploravelmente, não foi feito. E deploravelmente ainda se acha ruim quando movimentos que defendem a autonomia de suas regiões crescem e agregam mais e mais apoios.
É preciso que se dê uma chance a gestos de humanidade e solidariedade. Isto sim, é que é preciso.

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