segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Salgueiro fala de praia e futebol em noite de exaltação ao Rio

Na FOLHA DE S.PAULO:

O Salgueiro levou a sério o clichê de que Carnaval é hora de esquecer a realidade -ou uma parte dela. A escola tentou animar o público do sambódromo carioca com um enredo em que só foram exaltadas as coisas boas do Rio de Janeiro.
Com muitas referências a samba, praia, boêmia e futebol, os carnavalescos Renato Lage e Márcia Lavia buscaram uma apresentação leve para tentar pôr a tradicional agremiação de novo entre os primeiros lugares -seu último título foi em 1993; no ano passado, mesmo com um bom desfile, não passou do sétimo lugar.
A alegria do Salgueiro contrastou com o início mais reverente do que irreverente da noite. Conhecida por seus enredos críticos, como "Quem casa quer casa" (1985) e "Capitães de asfalto" (87), a São Clemente exaltou d. João 6º nos 200 anos da chegada do príncipe-regente português ao Brasil.
A Prefeitura do Rio deu R$ 2 milhões à escola e à Mocidade Independente para desenvolverem enredos sobre a data sob a condição de não falarem mal de d. João 6º.
Antes de a agremiação de Botafogo -a única da zona sul do Rio a fazer parte do Grupo Especial- entrar na avenida, a exaltação ao monarca português ganhara um tom ainda mais reverente. Possivelmente pela primeira vez na história dos desfiles, o hino nacional foi tocado antes do início.
A Banda dos Fuzileiros Navais, fundada em 7 de março de 1808, exatamente quando a família real chegou ao Rio, executou o hino e também o "Cisne Branco" (hino da Marinha) marchando pelo sambódromo. À frente dos 180 músicos, uma alegoria em forma de carruagem trazia atores representando d. João e a família.


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