Minha terra tão querida,
Meu encanto, minha vida,
Santarém do meu amor,
Deus te deu tanto riqueza,
Enfeitando a natureza
Que inspira o teu cantor.
Que saudade a gente sente
Quando está da terra ausente!...
Dá vontade de chorar...
Vê-se o rio cristalino,
“Rocha Negra” e “Diamantino”
Desfilando no pensar!...
Quando à noite a lua cheia
Vem brilhar na branca areia
Da formosa “Salvação”,
O cantor faz serenata,
Entre o rio e a verde mata,
Ponteando o violão!...
E se a noite está serena
Vai cantando até a “Lorena”,
Que saudade isto me traz!...
Recordando os teus encantos
Dos meus olhos correm prantos.
Recordar é sofrer mais.
Vi em sonhos encantados
Teus eternos namorados:
Amazonas, Tapajós.
Paralelos no caminho
Disputando o teu carinho
Numa luta tão feroz.
“Ponta Negra” entre os dois rios
Tem suaves amavios
Que eu recordo a soluçar...
Santarém fica defronte,
E as catraias formam ponte
Que ao “Trapiche” vai chegar!...
Meu encanto, minha vida,
Santarém do meu amor,
Deus te deu tanto riqueza,
Enfeitando a natureza
Que inspira o teu cantor.
Que saudade a gente sente
Quando está da terra ausente!...
Dá vontade de chorar...
Vê-se o rio cristalino,
“Rocha Negra” e “Diamantino”
Desfilando no pensar!...
Quando à noite a lua cheia
Vem brilhar na branca areia
Da formosa “Salvação”,
O cantor faz serenata,
Entre o rio e a verde mata,
Ponteando o violão!...
E se a noite está serena
Vai cantando até a “Lorena”,
Que saudade isto me traz!...
Recordando os teus encantos
Dos meus olhos correm prantos.
Recordar é sofrer mais.
Vi em sonhos encantados
Teus eternos namorados:
Amazonas, Tapajós.
Paralelos no caminho
Disputando o teu carinho
Numa luta tão feroz.
“Ponta Negra” entre os dois rios
Tem suaves amavios
Que eu recordo a soluçar...
Santarém fica defronte,
E as catraias formam ponte
Que ao “Trapiche” vai chegar!...
Os versos são de “Terra Querida” (1961), que tem letra e música de Wilson Fonseca, o imortal Maestro Isoca. A foto é de Itany Cruz.
8 comentários:
pelo amor de deus... se vc tiver uma gravação desta musica terra querida de wilson fonseca... me envie por e-mail... cleberpsy@gmail.com
obrigado!
Anônimo,
Eu infelizmente não tenho, mas tentarei ajudá-lo a obter a gravação.
Abs.
A pedido da Franssinete Florenzano, enviarei, por e-mail, a gravação da música "TERRA QUERIDA" (Wilson Fonseca), em formato mp3.
O nome da música não é "Santarém, terra querida", mas simples "Terra Querida".
Adiante, algumas informações sobre a gravação e sobre a composição, de autoria de meu saudoso pai (maestro Isoca):
"Terra Querida" (canção, 1961) - música e letra: Wilson Fonseca
Interpretação: Francisco Campos (canto) e Orquestra Jovem "Wilson Fonseca" - Regência: Maestro José Agostinho da Fonseca Neto ("Tinho")
Fonte: CD "Sinfonia Amazônica" (volume 2) - 2002/2003
Comentários (Vicente Malheiros da Fonseca):
Uma das mais conhecidas e inspiradas músicas de Wilson Fonseca, com arranjo (2002) para orquestra de sopros do próprio Isoca e de José Agostinho da Fonseca Júnior (neto do compositor), esta canção é - tal como a "Lenda do Boto" e o bolero "Um Poema de Amor" - um dos clássicos do cancioneiro santareno, todos de autoria de Isoca: “Minha terra tão querida,/Meu encanto, minha vida,/Santarém do meu amor...”. A execução conta com a participação especial do cantor Francisco Campos, nascido na terra querida. É uma espécie de continuação de “Canção de Minha Saudade” (1949), cuja letra é de Wilmar Fonseca, irmão do maestro: “Nunca vi praias tão belas/Prateadas como aquelas/Do torrão em que nasci...”. Uma vez mais, o compositor revela o seu amor pela terra querida, o tempero necessário do sabor santareno, tão determinante na música telúrica de Isoca. O compositor explica que “Santarém deve ser uma das raras cidades interioranas do Brasil que se podem orgulhar de possuir música própria, com características peculiares e definidas. Não sabemos com precisão até que ponto o sortilégio da velha ‘Aldeia dos Tapajós’, as belezas que nos cercam, são responsáveis pela inspiração dos nossos poetas e compositores. Mas é inegável que o ambiente exuberante, com uma paisagem privilegiada em que se entrechocam, num combate eterno, dois portentosos rios, vem exercendo muita influência sobre o espírito dos musicistas locais; são numerosas as canções que enaltecem a gleba mocoronga, seus atrativos e singularidades” (artigo escrito por Wilson Fonseca, “A Nossa Música”, no Programa da Festa da Conceição de 1968, transcrito na Apresentação do livro “Santarém Cantando”, publicado pela Imprensa Oficial do Estado do Pará, em 1974, sob os auspícios do Governador Fernando Guilhon). No artigo “A canção amazônica de Isoca”, o jornalista Luís Nassif acentua que Wilson Fonseca “é autor de obra vastíssima, algumas canções clássicas e uma enorme prole de filhos e netos que prosseguem a tradição local. Suas músicas lembram Waldemar Henrique, os botos e as lendas da selva. (...) Morreu há dois meses [na verdade, o compositor faleceu em 24.03.2002, com 89 anos], provavelmente não teve nem um registro sequer nos jornais dos centros maiores. Mas a tradição que deixou em Santarém, as sementes que plantou e frutificou, são um caso único na história musical do país” (Jornal “A Folha de São Paulo”, caderno Dinheiro, edição de 28.07.2002). Waldemar Henrique elogia o compositor santareno, ao reconhecer que Isoca produziu “uma obra perdurável, sempre original e sugestiva, impregnada de sadio regionalismo, onde a inventiva melódica pontifica sem comprometer a nítida tendência instrumental de um compositor autêntico” (Parecer nº 02/77, da Câmara de Letras e Artes, do Conselho Estadual de Cultura, que opinou pela publicação da Obra Musical de WF, em 28.07.1977). A alma do poeta-cantor nos deixa extasiados, diante da linda canção e do belo encontro das águas que se descortina em frente à cidade: “Vi em sonhos encantados/Teus eternos namorados/Amazonas, Tapajós/Pararelos no caminho,/Disputando o teu carinho/Numa luta tão feroz...”. Não se trata de um simples acidente geográfico. É a declaração de amor pela terra querida, de tanta riqueza que Deus lhe deu, enfeitando a natureza, que inspira o uirapuru-mor, nesse desfile de recordações e saudades.
Abraços,
Vicente Malheiros da Fonseca (filho de Wilson Fonseca - Maestro Isoca)
http://www.trt8.jus.br/juiz/juizes_togados.asp
Grato pela atenção, Vicente.
Assim que eu tiver o artigo em mp3, tentarei disponibilizá-lo aqui no blog, juntamente com os comentários.
Abs.
Já enviei o arquivo de "Terra Querida", em formato mp3.
Quando estiver disponível no blog, me avise, por favor.
Continuo à disposição, inclusive para remessa de outras músicas.
Abraços,
Vicente Malheiros da Fonseca.
Grato, Vicente.
Assim que estiver disponível, eu avisarei.
Abs.
Por favorrrr, eu quero ouvir essa música também.Sou fã nº 1,rs...
Se possível em envie por e-mail.
jalveslobo@gmail.com
Muito agradecida.
Julianna.
Olá, Julianna.
Veja essa postagem aqui
http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/2008/04/que-saudade-gente-sente-quando-est-da.html
Abs.
Postar um comentário