quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Concursados do Detran põem a boca no trombone

Servidores concursados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) já começam a se mobilizar, para que seja respeitado seu direito de ingressar no serviço público. Até um e-mail já foi criado para facilitar o contatos. É o concursodetran@yahoo.com.br.

Fazem bem os concursados do Detran em pôr a boca no trombone. Quanto mais se encolherem, mais serão deixados para trás.

Esse drama dos temporários, por ter uma enorme e grave dimensão social, acabou por deixar no limbo da amargura os que se submeteram a concurso público e lograram aprovação.

Como são em grande quantidade, mais de 20 mil, os temporários conquistaram a simpatia e a solidariedade da opinião pública, sob a alegação de que se forem mesmo demitidos, conforme decisão da Justiça do Trabalho, o serviço público entrará em colapso e milhares de pessoas ficarão sem condições de encontrar nova colocação no mercado.

E os concursados, que estudaram, se empenharam e pagaram cursos preparatórios para os certames? E os concursados, que na justa expectativa de um emprego estão igualmente desempregados e enfrentando drama social semelhante ao que se abre no horizonte dos temporários?

O caso do Detran é emblemático dessa distorção.

Alegam os aprovados em processo seletivo da autarquia que, desde junho do ano passado até agora, foram preenchidas apenas as vagas de quem foi aprovado para procurador autárquico e economista. Quanto aos demais cargos, garantem que está tudo na estaca zero - ou quase: foram empossados apenas os primeiros colocados para vários cargos.

É o caso de Pedagogia (3 vagas - 1 nomeação), Arquitetura (3 vagas - 1 nomeação), Engenharia Civil (25 vagas - 4 nomeados), Engenharia Mecânica (6 vagas - 1 nomeação), Biblioteconomia (3 vagas - 1 nomeação) e Administração (12 vagas - 2 nomeações), entre outras. Enquanto isso, reclamam os concursados, os temporários são mantidos nos cargos no Detran.

Os temporários têm razão quando alegam que esse drama de agora não é culpa deles, mas de governos anteriores ao atual que não promoveram concursos públicos para substituí-los. Isso é uma verdade.

Mas não deixa de ser verdade que os temporários, sabendo precária sua condição de agente do serviço público, não deveriam ter-se acomodado nessa provisoriedade que se prolongou no tempo até transformar-se nesta situação dramática de agora.

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