Paraense de Belém, Sergio Barra é médico obstetra, professor universitário, remista, louco por futebol, gosta de escrever, aprecia música popular brasileira - com destaque para a música paraense -, além de bons livros, bons filmes (dizem que todos os bons filmes já foram feitos), bons vinhos e boa cerveja. E quando pode tomar um uísque honesto, gostar sempre de ter os amigos em sua companhia. Conforme prometido, Barra estará sempre por aqui pelo Espaço Aberto, expondo suas opiniões. Abaixo, a de hoje.
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Intelectual...De verdade ou de mentira...
SERGIO BARRA
Intelectual...De verdade ou de mentira...
SERGIO BARRA
Certas coisas são chatas de revelar, e essa história do FHC não me sai da cabeça e, como sempre, se impõe despoticamente, o que significa que vou falar nele. Confesso que fiz o possível para escrever sobre outras coisas, chega de reclamar do governo. Adianta? Dia desses, no discurso de encerramento de congresso partidário feito pelo ex-presidente FHC, sem qualquer delicadeza ou etiqueta de pessoa civilizada, o ex-presidente quis atingir o presidente Lula, não para corrigi-lo, como faria qualquer educador, mas para difamá-lo, caçoá-lo e condená-lo, como fazem os vadios intelectuais, já que revista de grande circulação nacional, afirma que FHC, adora se refestelar na fama de intelectual.
O respeitável estudioso de sociologia gosta de fustigar o presidente Lula pela própria educação. Mas o passado o condena: sabe-se que, em 1949, ele foi reprovado no vestibular para a Faculdade de Direito e, na mesma época, levou “bomba” em duas tentativas de ingressar na Escola Militar. Hoje, tem a cara-de-pau de posar como vestal, de dizer que lutou contra a ditadura. FHC queria ser militar, como o pai e outros ascendentes familiares. Fernando Henrique era “o grande desgosto” do pai, general Leônidas.
Certas pessoas com mestrado e Ph.D. acham equivocadamente que foram ungidos pela certeza infalível. Nosso sistema de ensino valoriza mais a certeza do que a dúvida. Valoriza mais os arrogantes do que os cientificamente humildes. Quem sabe faz a hora... (coisas do Geraldo Vandré). Elas nunca leram Karl Popper, filósofo austríaco naturalizado britânico, é por muito considerado o mais influente do século XX, quando afirma: “... não existem verdades absolutas, somente hipóteses ainda não refutadas por alguém”.
Nesse último congresso tucano o ex-presidente FHC explicitou o tamanho da mágoa que o atormenta (a vitória de Lula ainda é um pesadelo mal resolvido). Mas se pôde perceber nas palavras do ex-presidente enorme dose de despeito, sobretudo porque um dos correligionários mais graúdos, ex-governador das Minas Gerais e atual senador (isso é briga de cachorro grande), têm seu nome ligado – e dá origem – ao escândalo do mensalão.
Fernando Henrique gosta de utilizar suas expressões supostamente simpáticas para hostilizar aos estratos inferiores da escala social. Daí não ser tão surpreendente a forma como ele se referiu ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, no encerramento da reunião dos tucanos. Referia-se ele naquele momento a pouca escolaridade do presidente Lula. De tal maneira sequer se apercebeu que estava trabalhando contra a sua própria imagem, não destruindo a do seu sucessor.
A falange da zelite intelectual... De verdade ou de mentira... Com comentários desairosos, foi muito além, como jamais se viu. A arrogância desmedida de FHC chega ao lugar-comum de todos os ex-ocupantes de cargos de relevo na administração brasileira, ele agora passou a dispor das soluções de todos os problemas brasileiros que, em oito anos no poder não solucionou. Meu único consolo é que os arrogantes e prepotentes deste país, pelo jeito, não têm amigos. Amigos que tenham a coragem de dizer a verdade, em vez dos puxa-sacos e acólitos que os rodeiam.
Para melhorar este País, precisamos de pessoas que usem sua privilegiada inteligência para ouvir aqueles que as cercam, e não para enunciar as teorias que aprenderam na Sorbonne, Harvard ou Yale. Se você conhece um arrogante e prepotente, volte a ser seu amigo. Diga simplesmente o que você pensa, sem medo de inevitável retaliação. Enquanto isso, Lula em solilóquio: nunca na história desse país um ex-presidente, fazendo proselitismo, fez tanta sacanagem comigo. Mas não esquece, Fernandinho, o que é teu está guardado...
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
O respeitável estudioso de sociologia gosta de fustigar o presidente Lula pela própria educação. Mas o passado o condena: sabe-se que, em 1949, ele foi reprovado no vestibular para a Faculdade de Direito e, na mesma época, levou “bomba” em duas tentativas de ingressar na Escola Militar. Hoje, tem a cara-de-pau de posar como vestal, de dizer que lutou contra a ditadura. FHC queria ser militar, como o pai e outros ascendentes familiares. Fernando Henrique era “o grande desgosto” do pai, general Leônidas.
Certas pessoas com mestrado e Ph.D. acham equivocadamente que foram ungidos pela certeza infalível. Nosso sistema de ensino valoriza mais a certeza do que a dúvida. Valoriza mais os arrogantes do que os cientificamente humildes. Quem sabe faz a hora... (coisas do Geraldo Vandré). Elas nunca leram Karl Popper, filósofo austríaco naturalizado britânico, é por muito considerado o mais influente do século XX, quando afirma: “... não existem verdades absolutas, somente hipóteses ainda não refutadas por alguém”.
Nesse último congresso tucano o ex-presidente FHC explicitou o tamanho da mágoa que o atormenta (a vitória de Lula ainda é um pesadelo mal resolvido). Mas se pôde perceber nas palavras do ex-presidente enorme dose de despeito, sobretudo porque um dos correligionários mais graúdos, ex-governador das Minas Gerais e atual senador (isso é briga de cachorro grande), têm seu nome ligado – e dá origem – ao escândalo do mensalão.
Fernando Henrique gosta de utilizar suas expressões supostamente simpáticas para hostilizar aos estratos inferiores da escala social. Daí não ser tão surpreendente a forma como ele se referiu ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, no encerramento da reunião dos tucanos. Referia-se ele naquele momento a pouca escolaridade do presidente Lula. De tal maneira sequer se apercebeu que estava trabalhando contra a sua própria imagem, não destruindo a do seu sucessor.
A falange da zelite intelectual... De verdade ou de mentira... Com comentários desairosos, foi muito além, como jamais se viu. A arrogância desmedida de FHC chega ao lugar-comum de todos os ex-ocupantes de cargos de relevo na administração brasileira, ele agora passou a dispor das soluções de todos os problemas brasileiros que, em oito anos no poder não solucionou. Meu único consolo é que os arrogantes e prepotentes deste país, pelo jeito, não têm amigos. Amigos que tenham a coragem de dizer a verdade, em vez dos puxa-sacos e acólitos que os rodeiam.
Para melhorar este País, precisamos de pessoas que usem sua privilegiada inteligência para ouvir aqueles que as cercam, e não para enunciar as teorias que aprenderam na Sorbonne, Harvard ou Yale. Se você conhece um arrogante e prepotente, volte a ser seu amigo. Diga simplesmente o que você pensa, sem medo de inevitável retaliação. Enquanto isso, Lula em solilóquio: nunca na história desse país um ex-presidente, fazendo proselitismo, fez tanta sacanagem comigo. Mas não esquece, Fernandinho, o que é teu está guardado...
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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