Universitárias que se reuniram há poucas dias, numa dessas confraternizações natalinas, relembraram os micos que pagaram nos últimos anos.
Uma delas animou a turma ao lembrar de uma aula da qual participava na Aliança Francesa, no auge da crise do Mensalão.
A professora estimulava as alunas a pronunciaram, em francês naturalmente, frases curtas, curtíssimas, dessas de quatro ou cinco palavras, com sujeito verbo e complemento. Coisa bem básica. Até que uma das aprendizes apurou o biquinho e soltou:
- Roberto Jefferson est voleur (“Roberto Jefferson é ladrão, na tradução exata).
Na turma, alguns riram com a referência ao então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que abalou as estruturas do governo Lula ao denunciar o esquema do Mensalão e depois viria, ele mesmo, a ter o mandato cassado pela Câmara.
Mas a professora não apenas fechou a cara com a frase da aluna como disse que não admitia aquele tipo de brincadeira. E justificou:
- É que este colega de vocês é filho do deputado Roberto Jefferson.
Silêncio geral. Era ele mesmo, Roberto Francisco Neto, o Robertinho, filho de Roberto Jefferson e um dos alunos daquela turma de francês.
A autora da frase só faltou se enterrar de vergonha. Alguns apostam mesmo que ela efetivamente se enterrou.
Roberto Francisco Neto chegou a Belém no início de 2005, nomeado pelo prefeito Duciomar Costa para atuar na Companhia de Turismo de Belém (Belemtur). Depois que seu pai caiu, ele foi embora.
Em 2005, chegou a dar uma entrevista – àquela altura, a única em toda a sua vida - ao repórter Donizete César, de O LIBERAL. Lá pelas tantas, Donizete pergunta:
- Como as pessoas mais ligadas a você passaram a vê-lo, depois desse furacão de denúncias (sobre o Mensalão)?
A resposta de Robertinho:
- Olha, para dizer a verdade, muita coisa mudou, principalmente com muita gente que eu conhecia no Rio e em São Paulo. Por outro lado, o pessoal aqui de Belém, que me conhece, continuou a me tratar com o mesmo respeito e carinho. Eu sou muito grato a essa gente.
Não se sabe se Robertinho continuou com a mesma idéia de Belém depois da frase da colega durante a aula de francês. Mas, ao que tudo indica, não continou, porque desde aquele dia nunca mais deu as caras na Aliança Francesa.
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