quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Temos governo? Se temos, encontre-o.


Bolsonaro, habitando um mundo que não está ao alcance de ninguém, a não ser dele mesmo, anuncia que vai
 convidar diplomatas de outros países para uma “curta viagem” à Amazônia.

Segundo ele, a intenção é mostrar a representantes de outras nações que não há “nada queimando ou sequer 1 hectare de terra desmatado” na região.

Sem informar a data,  antecipou que a viagem deve durar uma hora e meia, no trajeto entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR).

Uma viagem dos sonhos teria, de fato, um outro roteiro.

Com Bolsonaro solto em alguma dependência do Planalto, um jogo eletrizante seria entupir o palácio de diplomatas, desafiando-os a encontrar ali algum vestígio, por mínimo que seja, de que o Brasil tem um presidente de carne e osso.

Porque, sinceramente, assistindo às alucinações a que temos assistido, a forte impressão - que já se aproxima da convicção - é de que este país não tem governo.

Com todo o respeito.

Um comentário:

AHT disse...

Corrupção, conchavos, plenários, currículos porcinos e sabatinas. Tem tudo a ver, e daí?


A corrupção ao ponto de se apoderar dos poderes constituídos e levando milhões de brasileiros à vida miserável não se deve à subserviência a essa ou aquela nação imperialista. Se deve à própria corrupção dos nativos corroendo o público e o privado. De fato, uma vez os poderes da república corrompidos, certamente até a soberania nacional sofrerá irreparáveis danos.

A corrupção ditando as decisões dos poderes constituídos também não deixa de ser facilitada pela omissão da maioria de cidadãos reconhecidamente capazes, que não reagem e não lutam por eficazes reformas políticas, judiciárias, econômicas e sociais, efetivamente categóricas em sufocar no nascedouro as intenções e práticas corruptas. Reformas cujas ações privilegiem competências, desvelos e méritos.

Enquanto esse ideal por reformas eficazes não se tornar realidade, os mal-intencionados manterão o povo manso e condicionado a esquecer tudo e a não aprender nada, a votar e - ao descobrir que foi enganado, optar por fingir indignação e manter os braços cruzados, esperando por migalhas de maná distribuídas pelos programas sociais.

Quando se trata do empresariado e suas empresas continuamente em meio a dificuldades causadas justamente por ações ou inoperâncias de governos - federal, estaduais e municipais, a grande maioria acaba não reagindo severamente e, possivelmente, para evitar outros embaraços. Esses, também optam por aguardar por inócuas mudanças através de inéditos programas governamentais, novas leis, normas e portarias - e, principalmente, por incentivos financeiros e tributários. Enfim, medidas e incentivos sempre liberados em doses mínimas e o suficiente para garantir a geração de receitas que reabastecem os cofres e honram os pesados custos operacionais dos Três Poderes. Os sábios conselheiros e executivos do governo sabem que não se deve matar e comer todas as galinhas que botam ovos de ouro.

Por que o Brasil não consegue interromper essa sequência de governos eleitos para nada mudar e piorando o que já estava péssimo?


AHT