E quem disse que não haveria Círio este ano?
Teve Círio, sim.
O Círio aconteceu, sim.
Plantei-me, por cerca de 1 hora e 15 minutos, aos pés de uma mangueira plantada, centenariamente, na Avenida Nazaré com a Benjamin.
Foi o suficiente para ver, com meus próprios olhos, que o Círio deste ano - mesmo diferente, muito diferente dos quase 230 Círios anteriores - foi igual, senão até mais intenso, nas expressões de fé e devoação a Nossa Senhora de Nazaré.
Teve tudo, como em qualquer Círio.
Teve povo nas ruas - reunido aos milhares, diga-se.
Teve berlinda - aninhada singelamente nos carrinhos e nas bicicletas.
Teve corda.
Teve pagador de promessa.
Teve anjinho - alguns exautos, ao ponto de precisarem do refrigério de um sorvete de açaí (tem algo mais paraense do que isso?)
Teve a expressão solitária de gente que foi para as ruas sozinha, para conversar (no murmúrio de suas mais íntimas súplicas) unicamente com a Senhora de Nazaré, durante a marcha até a Basílica.
Vejam, nas fotos do Espaço Aberto, as imagens do Círio do mais diferente de todos os Círios.
O mais diferente e, por isso mesmo, talvez o mais emocionante.
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