No início da tarde deste domingo (31), o pau quebrou, ou melhor, o pau ainda está quebrando até agora na Avenida Paulista, em São Paulo.
O ato é tido como pró-democracia.
Há torcidas organizadas - inclusive a Gaviões da Fiel, do Corinthians - participando.
Durante a manifestação, a PM de João Doria, respondendo, segundo disse, a atos de violência, atirou bombas de efeito moral.
Um detalhe: o confronto não foi apenas entre manifestantes pró-democracia e PMs. Havia bolsonaristas pelo meio, confrontando-se com o grupo que apoia a democracia.
Precisamos, portanto, convir, concordar num ponto, pelo menos num ponto: qualquer ato pró-democracia no Brasil atualmente será, por natural antinomia, um ato contra o fascismo com o qual o governo Bolsonaro sonha.
Por quê?
Porque, ora bolas, Bolsonaro tem reafirmado o seu perfil fascista, autoritário e ditatorial a cada dia que passa.
Ele só não tem agido fascistamente, autoritariamente e ditatorialmente porque vem sendo contido pelos outros dois poderes - o Legislativo e o Judiciário.
Mas evidentemente que Bolsonaro sonha dia e noite, noite e dia com o fascismo.
Uma das provas? O seu apoio a manifestações que pregam claramente a implantação de uma ditadura militar, incluindo sobretudo o fechamento do Supremo, como foi o caso da manifestação (mais uma, nos últimos meses) ocorrida hoje, em Brasília, com a presença de Bolsonaro (vejam ao lado).
Esses manifestantes fascistas dizem claramente o que o presidente gostaria de dizer, mas ainda não teve coragem.
Mas está buscando essa coragem. Isso é claro.
Só ainda não a encontrou porque lhe faltam as Forças Armadas, que ainda não se mostram dispostas a embarcar em nova aventura ditatorial.
Pelo menos por enquanto, não.
Repito: por enquanto.
3 comentários:
Ontem, Bolsonaro fez um passeio a cavalo e disse, "Estarei onde o povo estiver". Já estaria se preparando para dar um novo grito da independência? Populismo à la Simon Bolívar de dar vergonha até no corno amigo do Varti.
Pois é.
Mas, pra mim, o mais curioso é o seguinte: pela primeira vez em vi um cavalo cavalgando um outro cavalo.
Nunca tinha visto isso.
Don Bolsonaro de la Mancha está a procura de moinhos de vento, sempre acompanhado pelo seu fiel escudeiro general Augusto Pança, o único que consegue decifrar e defender seus delírios.
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