O choro de um prefeito desesperado tem como contraponto a torpeza e a crueldade de um presidente

Esse trecho de entrevista do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), à CNN está comovendo o País inteiro.
Ele chora ao apelar a Bolsonaro que tenha sensatez e ofereça exemplos que contribuam para salvar, pelo menos, a vida de 57 milhões de pessoas que votaram nele, Bolsonaro.
O choro de Arthur Virgílio, a sua emoção, a expressão pública e desesperada de suas dores (menos como homem público e mais como ser humano), em decorrência da tragédia que se abate sobre a capital amazonense, onde até agora já morreram mais de 500 pessoas vítimas da Covid-19, têm como contraponto a crueldade de Bolsonaro.
Cruel, torpe, insensível, insensato, debochado e desumano, Bolsonaro é presidente de um País que já registrava, até este sábado (2) à noite, 96,5 mil infectados e 6.750 mortos pela pandemia.
E Bolsonaro? Ele chora?
Não.
Cruelmente, torpemente, insensivelmente e desumanamente, ele debocha: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?"
Nós queremos, ou melhor, nós gostaríamos que o presidente da República, pelo menos, se revelasse humano.
Mas vemos que isso que está fora de cogitação.
É tão incogitável quanto tentarmos convencê-lo de que a Terra é redonda.