quinta-feira, 14 de junho de 2012

Esses torcedores são um espetáculo. Divertidíssimo.


Há torcedores e torcedores.
Torcedoras e torcedoras.
Uns e outras, de quando em vez, se enturmam para pregar os olhos na TV, acompanhando jogos de futebol.
É um espetáculo.
Um espetáculo à parte.
Divertidíssimo.
Ontem à noite, numa certa redação, uma coleguinha, sempre gargalhante, sempre estridente e com cabelos, digamos assim, cortados ao rente, enturmou-se com galera de uns cinco ou seis que assistiam ao duelo entre Santos x Corinthians, na Vila.
Assistiu ao jogo durante os 45 minutos do primeiro tempo inteirinhos.
No início do segundo, acomodou-se e pôs pra fora a curiosidade que estava para matá-la.
Roendo as unhas na torcida pelo Santos - que ela conseguia, ufa!, distinguir perfeitamente na telinha -, a torcedora, bissexta e curiosa, perguntou:
- Essa coisa daí é a mesma em que o Vasco está em primeiro lugar?
Olhares em torno.
Olhares no entorno.
Muitos olhares.
Hã?
"Essa coisa"?
Como assim?
Até se descobrir que "essa coisa daí" a que a coleguinha se referia era à Libertadores custou um pouco.
Custou menos, no entanto, para se descobrir que "a mesma em que o Vasco está em primeiro lugar" é o Brasileiro da Série A.
Rsss.
Mas ela ainda aprende.
Ela, com certeza, ainda vai se enturmar com mais frequência com torcedores, digamos assim, profissas.
Já não se alimente essa mesma esperança de outro coleguinha, da mesma redação, e muito, muito ligado a esta aqui.
O cara, ao contrário da coleguinha bissexta que às vezes se enturma para assistir a uma partida, não suporta futebol.
É, confessadamente, avesso a futebol.
Não distingue uma bola de uma máquina fotográfica.
Há mais de sette, ou melhor, há mais sete, há mais de 17 ou 37 anos que ele não suporta futebol.
Nunca suportou.
E faz questão de não negar.
Aliás, não é nem preciso negar.
Suas reações naturais o denunciam.
Ele, o coleguinha, chama ao Botafogo do Rio, por exemplo, de Botafogo normal.
É para diferenciá-lo dos outros Botafogos - entre eles o de Ribeirão Preto.
Chama ao XV de Novembro de Piracicaba de Décimo-Quinto de Novembro.
Hehehe.
Céus!
Assim mesmo: Décimo-Quinto.
Tem mais.
Num dia qualquer do ano passado, a mulher, flamenguista apaixonada e, ela sim, ligadíssima em futebol, ousou, teve a audácia, a petulância de perguntar-lhe:
- Tu viste só o que aconteceu no encontro do bonde com a carroça desembestada?
Era uma referência ao jogo entre Flamengo, o bonde, então embalado, e o Ceará, a carroça, também embalado. O Fla perdera a partida.
- Égua, não vi. Quantos morreram nesse acidente, amor? - o coleguinha perguntou à madame.
Ela, a madame, pensava que fosse brincadeira.
Mas não era.
O cara, sabem?, não sacou a mensagem.
É assim.
Há torcedores e torcedores.
Torcedoras e torcedoras.
Mas um dia eles aprendem.
Ou não.

Um comentário:

Bianca Leão disse...

HAUHAUAHAUHAUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHUAHAUHAHAUAH
Morri de rir!!!
Esses torcedores... tsc tsc tsc
Mas um dia... quem sabe, né?