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Ele não apenas deu informações exclusivas – como a da paz selada entre a governadora Ana Júlia e a deputada Bernadete ten Caten – como contou, tim-tim por tim-tim, como foi sua saída do governo do Estado. E mais: fundamentou e reforçou sua contrariedade em relações às articulações político-eleitorais do chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, pré-candidato a deputado federal.
Edilza disse, enfaticamente, que não queria sair da Escola de Governo do Pará (EGP), cargo para o qual foi designada desde o início do governo. “Eu pedi à Ana: ‘me deixa na Escola de Governo’”, confessou a professora.
Mas não teve jeito. Ela foi removida sob a justificativa de que o governo precisava fazer uma “repactuação em sua base”, entregando a EGP ao PRB, que indicou o pastor Divino, atual diretor-geral da Escola. Edilza não disse claramente, mas deixou transparecer sua mágoa em relação a Ana Júlia. A governadora ainda tentou entregar-lhe a missão de coordenar a campanha da reeleição, mas a professora recusou. “Eu não quis. Em 2006, eu coordenei a campanha, o que era estressante. E desta vez, eu não poderia ser a coordenadora sem poder nenhum”, justificou Edilza.
Ele recordou que, em 2006, eram tão poucos os que apostavam na viabilidade eleitoral da candidatura de Ana Júlia que a disponibilidade financeira do PT para o início da campanha era de apenas e tão somente de R$ 600,00.
O primeiro comício, em Capanema, foi bancado com essa importância, disse Edilza. “Nós não tínhamos nem palanque. Tivemos que improvisar um palanque num caminhão que carrega boi. E precisamos fazer um gato para puxar a luz para o comício”, recordou a professa.
Edilza Fontes, que era uma das integrantes da DS (Democracia Socialista) – mesma tendência de Ana Júlia e de Puty -, da qual se desligou no ano passado, dizendo-se “escorraçada” - criticou abertamente a dupla condição do chefe da Casa Civil, que ao mesmo tempo é articulador político do governo e pré-candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados.
Para a professora, essa dupla condição inibe a articulação política, em prejuízo do próprio governo, uma vez que todos passam a ver em qualquer procedimento do chefe da Casa Civil motivações eleitorais, ainda quando ele não as tenha.
Ela considerou absolutamente legítima a pretensão de Puty de concorrer a deputado federal; só não concorda que, na condição de pré-candidato, ele se mantenha à frente de uma das principais pastas do governo Ana Júlia.
6 comentários:
a resposta da Edilza é a reunião com o ministro da educação para tratar do museu do Marajó e a audiência que terá com o presidente Lula hoje em Brasilia.
qual deles tem esta oportunidade?
Lula sabe quem é o Puty?
Meu caro Paulo,
Pode ser, porque tudo é relativo, que as posições da Professora Edilza tenham lá as suas correções.
No entanto, é bom que ela lembre, o Dr. Everaldo terá seu irmão - aliás, diga-se de passagem, uma excelente pessoa, o Carlos Martins - também candidato a Deputado Federal.
Quem garante, pergunto eu, que tal repactuação a que se refere a professora vai exprimir verdadeiramente a tão acertada neutralidade que um bom desempenho da articulação política do governo tanto necessita?
Espero em Deus, lógico, que sim. Mas que é temeroso, com certeza é.
Grande abraço. Siga forte e na paz!
PB, em minha modesta opinião, a professora Edilza saiu-se muito bem no programa "Jogo Aberto". Por que a Rádio Tabajara também não convida o Puty para que ele apresente a versão dele e se contraponha às coisas que a professora falou na entrevista.
Agradeço pela postagem
João Cláudio (analista de sistemas e morador do bairro do Marco)
A pior coisa é a pessoa exibir o seu ressentimento. Edilza é uma ressentida. Destila ódio por todos os poros. Justamente ela que teve tanto poder no governo. Ressentido é o Almir Gabriel em relação ao Jatene. Ressentido é o o Bira Barbosa em relação ao Jatene. Ressentido é o Vic em relação ao Jatene. Ressentido é todo aquele que não admite que na vida a gente faz amigos e perde amigos. Quem faz política com ressentimento acaba no ostracismo. Divergências existem em todas as relações humanas. Mostra grandeza quem busca o seu próprio caminho baseado no seu talento, capacidade de articulação. A melhor resposta que um político defenestrado do poder pode fazer é buscar voto, é convencer o eleitor que está com a razão. Diz um velho ditado: bom cabrito não berra.
e não é o que a mulher disse que vai fazer?
você sabe ler?
ou quer que desenhe?
Realmente a entrevista foi excelente.
No entanto pude perceber uma certa inocencia política da profª Edilza Fontes: disse ela queo Deputado Parsiifal será o candidato pelo PMDB porque desde agosto ele não faz outra coisa a não ser pegar pesado em críticas ao governo Ana Julia. Se formos pensar assim, o PB também é candidato (e muitas outras pessoas).
Disse também que o Jatene não vai para o segundo turno porque fez composição só com o PPS. Como se composição ganhasse eleição. Ganha eleição o candidato que tem o maior numero devotos dados pelo povo e não o maior numero de composição política (com exceção para quando a composição é com Jader Barbalho).
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