No AMAZÔNIA:
Dos 17 anos até casar, Cleonice Rosário de Souza trabalhou como empregada doméstica. Por acaso, surgiram oportunidades para voltar ao mesmo tipo de serviço, mas já de maneira esporádica. Há 11 anos ela trabalha assim, como diarista, alternando cinco dias da semana em duas casas diferentes.
Em uma delas, começou com atividade de limpeza uma vez por semana. O volume de serviço cresceu de forma que, hoje, ela gasta quatro dias por semana, suficiente para configurar vínculo empregatício. Apesar de poder exigir na Justiça seus direitos trabalhistas - e de ser estimulada por amigos a fazer isso, se um dia fosse dispensada - Cleo nem pensa na possibilidade, por conta da aproximação e da afinidade com a família. 'Eles são ótimos, nunca quero perder isso. Pagam décimo terceiro salário, me ajudam bastante e até indenização seriam capazes de me dar', explica.
Às vezes, Cleonice lembra de quando tinha direitos trabalhistas como empregada e pensa em voltar a ter carteira assinada. Porém, ao pesar vantagens e desvantagens, prefere ficar como está, até porque seu ganho atual, R$ 40 por dia, é um pouco maior do que o salário mínimo, remuneração provável em caso de ser contratada.
Patrão de Cleonice, o funcionário público Adalberto Magalhães Malcher da Silva Júnior, conta que ela trabalhava três vezes por semana em sua casa. O quarto dia foi adicionado para ajudar a empregada, quando ela perdeu um dos dias de serviço em outro imóvel. Sobre a possibilidade de efetivá-la, Adalberto não acha viável, pois a vinda dela é necessária apenas três vezes por semana. Além disso, Cleo, com predileção pelo trabalho avulso, resolveu pedir R$ 800 por mês para ser a empregada doméstica da casa. 'É inviável financeiramente'.
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