Durante todo o dia de ontem – e ainda agora, vale dizer -, havia um clamor geral, para não dizer uma estupefação disseminada, diante da informação de que o PMDB de Jader Barbalho e o PT de Ana Júlia já teriam selado um acordo para caminharem juntos, de braços dados, nas eleições de outubro.
Cada um que faça o juízo que quiser.
Cada um que faça as suas apostas.
Cada uma que faça suas especulações.
Mas cada um, igualmente, que considere alguns fatos.
Citem-se três.
Um jantar, um libelo e uma cobrança.
O resultado só pode ser isto: ontem, a temperatura entre PT e PMDB passou dos 100 grau. Chegou à ebulição e foi além dela.
Vamos por partes.
Ana Júlia fora do jantar
Primeiro, o jantar.
Jantar?
Sim, o jantar em Brasília.
O jantar que, na última terça-feira, reuniu na residência de Jader o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o presidente do PT nacional, José Eduardo Dutra; e o presidente do PT no Pará, João Batista da Silva.
Pois é.
O deputado federal Paulo Rocha – pré-candidato ao Senado pelo PT e uma das lideranças da tendência Unidade na Luta no Pará – queria participar do jantar. Mas pretendia levar a tiracolo ninguém menos que Sua Excelência, a governadora Ana Júlia.
O PMDB simplesmente disse “não”.
Não aceitou que Ana Júlia fosse àquele jantar.
Jader preferiu conversar a sós com ela, posteriormente, o que deve acontecer na próxima semana.
Talvez na próxima semana, seja bem dito.
Libelo do PMDB. Libelo de Jader.
E o outro fato?
O outro fato está aí embaixo.
Trata-se do Libelo nº 01.
Libelo é definido assim pelo Aurélio:
Exposição articulada daquilo que se pretende provar contra um réu, apresentada após a sentença de pronúncia, à qual se deve conformar.
2.Artigo ou escrito de caráter satírico ou difamatório; panfleto.
Hehehe.
Quem é o autor?
O deputado estadual Parsifal Pontes.
Do PMDB.
Líder da bancada peemedebista na Assembleia.
Nessa condição, Parsifal jamais escreveria o que escreveu sem combinar com seu russo.
Russo?
Sim.
O “russo” Jader Barbalho.
E observem: o libelo é o de nº 01. O título é simplesmente “Basta”.
Significar que virão outros por aí.
E o terceiro ingrediente?
Trata-se de uma cobrança.
Uma cobrança em tom cáustico, ácido, indignado.
O autor?
Zé Geraldo, deputado federal petista.
Em discurso na Câmara, ele disse textualmente que "o governo estadual e o povo paraense ficam reféns desta posição política liderada pelo presidente da legenda no Estado, deputado Jader Barbalho.”
A “posição política” a que se refere Zé Geraldo é a demora na votação, pela Assembleia Legislativa, do empréstimo de R$ 366 milhões que o governo Ana Júlia pretende contrair junto ao BNDES;
Zé Geraldo diz que o culpado é um só.
O PMDB.
Ou melhor: diz que os culpados são Jader, presidente do partido; Domingos Juvenil, presidente da Assembleia Legislativa; e Simone Morgado, presidente da Comissão de Finanças da Assembleia.
Todos do PMDB, é claro.
Pois leiam vocês mesmos.
Primeiro, leiam abaixo o que diz Parsifal.
Depois, mais abaixo, leiam o que diz Zé Geraldo.
E vocês mesmos, depois de terem lido tudo, concluam se hoje há clima para uma aliança entre o PMDB e o governo Ana Júlia.
Vocês mesmos concluam.
Um comentário:
Grande Bemerguy ,
Avalia, então, a reação do Jader depois do pronunciamento do Zé Geraldo. Era a gotinha, a gotícula que faltava. Era tudo que JB queria. Há uma torcida, e bota torcida nisso, para que Jader e Jatene sentem a mesma mesa. Tem gente trabalhando incansavelmente para esse encontro.Não será uma missão fácil. Não que os dois não queiram. Mas tem a Dilma, os palanques, aí....De repente é melhor ficar com o PTB do Duciomar e o PR do Anivaldo, partidos que integram a base aliada do Lula e, obviamente, da ministra candidata.
Abs.
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