quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Uma lágrima por Zilda Arns

Figuras públicas sempre são íntimas da gente.
Costumamos saber tudo sobre elas.
Quando não prestam, quando nos repugnam, quando nos causam repulsas, nós as desprezamos como aos insetos.
Quando têm virtudes, elas servem para nos orientar, para nos guiar com seus exemplos.
Vejam a dra. Zilda.
Zilda Arns (na foto, da Folha Imagem).
Aquela mulher de voz doce, macia, suave.
Aquela mulher que falava como se estivesse soletrando, escandindo as palavras – calmamente, pausadamente, descansadamente.
Aquela mulher que não foi apenas uma mulher.
Ela foi um bálsamo para tantas pessoas que sofriam.
Era uma bússola permanente à procura de soluções – honestas, baratas, fáceis, viáveis – para promover o bem-estar de milhares, milhões de crianças e idosos.
Foi um holofote de boa conduta para tantos demagogos que, a título de fazerem o bem para os outros, fazem o bem primeiro – e sobretudo – para eles próprios.
Zilda Arns é uma das perdas do terremoto trágico que enluta o Haiti.
Zilda Arns, vejam o que são as coisas, morreu em missão humanitária.
E dentro de uma igreja.
De uma igreja, repita-se.
Ela deitou-se para a eternidade sobre os escombros de uma Casa que a edificará para sempre como um exemplo de ser humano que jamais deverá ser esquecido.
Zilda Arns merece uma lágrima – ou uma torrente de lágrimas, como queiram – não propriamente de tristeza, mas de esperança.
A esperança de que as sementes de bondade, generosidade e correção que plantou haverão de brotar.
Brotar e frutificar.
Gente boa não devia morrer.
Aliás, gente boa não morre nunca.
E Zilda Arns, creiam, não morrerá nunca.
Ela só não está mais aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanta verdade! Se uma lágrima não for o bastante, choremos sim, um torrente, pois "figuras" como Dra. Zilda Arns nos comove até o vértice de nós mesmos.

Claudemar