sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Orçamento 2: crise e prioridades, duas questões relevantes

Os números mencionados pelo blog na postagem acima – todos oficialíssimos, vale destacar – remetem a uma questão primordial na administração pública: a prioridade.
Administrar a fartura é facílimo, todos sabemos.
Administrar a escassez é que são elas, igualmente sabemos todos.
Pois no ano passado o governo Ana Júlia não fez segredo pra ninguém que precisou apertar os cintos para fazer frente ao tsunami que assolou a economia mundial e afetou, é claro, a economia brasileira, ainda que não, felizmente, com o mesmo furor que se abateu sobre dezenas de países ao redor do mundo.
Aliás, tanto a governadora Ana Júlia como secretários seus citam ainda hoje a crise como argumento que praticamente se transformou num álibi.
Dizem que não fizeram isso por causa da crise, que não foram disponibilizados recursos para aquilo porque a crise não deixou, que o dinheiro para tal ação foi menos do que o necessário porque o governo enfrentava dificuldades de caixa.
Crise?
Que crise?
Comparando-se o exemplo da Casa Civil, exposto na postagem acima, isso não pode ser levado ao pé da letra.
Em vez de crise, melhor falar em prioridade.
Sim, porque, enquanto a Casa Civil pôde executar quase R$ 70 milhões – sorte da Casa Civil -, uma secretaria como a de Obras ficou à míngua.
Não é só.
Um órgão como a Coordenadoria de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (Cids) simplesmente acabou.
Acabou – repita-se.
Hospitais regionais ficaram a ver navios, ou melhor, a ver repasses. O de Santarém foi palco de greve. O Metropolitano de Ananindeua também ficou sem dinheiro. E quando sua superintendente admitiu publicamente que havia problemas por lá, acabou demitida – por telefone.
O Centur, igualmente a pão e água, não teve dinheiro pra pagar nem as firmas contratadas para a limpeza, credoras de mais de R$ 1 milhão de atrasados.
A redistribuição de recursos foi feita de forma racional?
É admissível que hospitais não recebam os repasses do Estado, mesmo em período de crise?
É admissível?

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns, PB, por desnudar o modo como o atual governo o meu, o teu, o nosso minguado dinheirinho - parabéns!!!

Anônimo disse...

E a escola de governo coitada está para fechar as portas.....

Antonio Leal disse...

Parabéns! Espero que sejas sempre imparcial.