Por TAINÁ AIRES, do AMAZÔNIA:
Pelo menos três adolescentes dão entrada na Delegacia de Benevides toda semana. A situação, que já se tornou corriqueira no município, nem causa mais espanto para a população local. Em meio à pobreza extrema, à falta de saneamento básico e de educação de qualidade, os jovens usam a violência e as drogas para tentar suprir o que não têm dentro de casa. Por causa disso, no dia 12 de novembro, uma ação civil pública foi protocolada pelo Ministério Público Estadual para que a prefeitura de Benevides construa um abrigo ou casa de passagem para atender crianças e adolescentes em situação de risco.
A ação, movida pela promotora de Justiça Ana Carolina Vilhena Gonçalves, solicita também que a prefeitura garanta a permanência das crianças que saem do município para outros abrigos, como os de Marituba e Ananindeua, por meio de convênios e repasse de verbas.
O Ministério pediu ainda, em caráter liminar, que até que o município possa criar seu próprio abrigo mantenha parceria com entidades não governamentais para dar o auxílio necessário aos jovens em situação de risco com assistência médica, odontológica, psicológica e social. A ação civil pública determina o estabelecimento de multa diária de R$ 1 mil pelo não cumprimento da determinação, que deve ser aplicada este ano, caso nada seja feito. 'São em média doze crianças de Benevides que estão distribuídas em abrigos de Marituba e Ananindeua. A maioria foi abandonada pela família ou não tinham condições de sustentá-las', explicou a promotora de Justiça.
De acordo com Ana Carolina Vilhena Gonçalves, há crianças que estão sem assistência do município há mais de quatro anos. Devido a esta situação, ela espera que, com a criação do abrigo os jovens sejam devolvidos às famílias totalmente recuperados.
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