sábado, 3 de outubro de 2009

“Socialites” quase aos tapas. Na calçada da Braz de Aguiar!

Um almoço para festejar o aniversário de madame das mais estimadas da alta – altíssima – sociedade paraense terminou com duas das socialites convidadas no meio da calçada da avenida Braz de Aguiar, prontas para sentar a pua, para baixar o sarrafo, para meter o cacete - ops! - uma na outra.
As duas, cujas idades, somadas, chegam no mínimo a uns 130 anos – no mínimo –, estavam possuídas de ardores juvenis e só não se estapearam porque a turma do deixa-disso interveio na hora.
E as duas deixaram disso.
Ou melhor, deixaram daquilo.
Mas deu trabalho.
E a tensão se espalhou entre todos, inclusive entre os flanelinhas que batem ponto no pedaço.
Foi no Spazzio Verdi.
A briga entre as duas, vejam só, começou por causa de nomes.
Sim, nomes.
Não se trata de nome feio, de palavrão.
Mas de nomes de gente, mesmo. Literalmente.
Uma das convivas socialites, provocadora e indiscreta que só ela, perguntou à outra por que passara a ser mencionada nas colunas sociais com antigo sobrenome, que a dita cuja usou por um tempo, parou depois de se divorciar e agora passou a usar novamente.
A interrogada, a questionada disse que era um direito seu fazer isso, até porque fora casada legítima e legalmente; ao contrário da outra, da interrogadora, que nem casada fora, mas que também usa até hoje sobrenome daquele de quem não foi esposa de papel passado.
Toma-te!
Pra quê!
- Eu te quebro a cara. Se não estivéssemos aqui, eu te pegaria. Mas eu te pego lá fora, na saída! – reagiu a interrogadora, aquela primeira, a que provocou, a que puxou o papo indiscreto.
- Na saída? Eu te quebro a cara é agora – reagiu a interrogada.
E lá se foram as duas para o calçadão em frente ao Spazzio Verdi.
As mangueiras da Braz de Aguiar tremeram nas raízes.
Os flanelinhas - por alguns minutos - suspenderam aquela intejeição - aê, patrão -, todos de olhos nos punhos de aços da duas madames.
E vocês sabem aquela carcaça de avião que tem numa casa próxima ao Spazzio?
Pois é.
Até a carcaça encheu-se de energia...
Há quem tenha ouvido as hélices do bicho começarem a funcionar.
O certo é que quando as duas, cada uma no seu córner imaginário, já estavam saltitando e batendo os punhos um contra o outro - à maneira dos boxeadores quando entram no ringue -, a turma do deixa-disso entrou na parada e evitou o quebra-pau.
Mas ninguém conseguiu evitar foi que o almoço terminasse antes do tempo.
E terminou mesmo. Precipitadamente.
Ainda bem que já tinham servido a sobremesa.
Do contrário, as madames iriam sair do Spazzio Verdi meio afrontadas, até mesmo sem dar aquele arrotinho básico, sufocado pelo lencinho que educadamente encobre a boca.
A expectativa é pelo novo encontro das duas brigonas.
Porque ainda ecoa, nos ouvidos de cada uma, aquele grito de guerra.
- Eu ainda te pego...!
Pega-te!

15 comentários:

Ismael Moraes disse...

Ô Bemerguy. Obrigado por me fazer rir tanto e começar o sábado tão bem! Que postagem saborosa, denunciando uma pena humorística que não deve ser desperdiçada, deve ser liberada a verter talvez um livro com crônicas como essa.
Escreve, vai.
Abç

Franssinete Florenzano disse...

KKKKKKKKKKKK... Sabes o que é isso? Falta do que fazer. As dondocas - sempre as mesmas - vivem de cafés, almoços, chás, coquetéis e jantares, pagam páginas e mais páginas de fotos e elogios para que alardeiem trabalho pelos menos favorecidos, gastam "os tubos" com vestidos, bolsas, sapatos, decoração, buffet e até embalagens, mas suas doações, ó...
Aí, com a cabecinha literalmente vazia, só pode dar nisso.
Dá uma enxada pra elas, Paulo, de presente do Círio, assim quem sabe parem de dar vexame... Rsrsrsrsrs...

Poster disse...

Hahahahaha.
Ismael, mas um livro ou qualquer outra publicação em série neste sentido seria torpeada pela censura, amigo.
Porque há coisas engraçadas que são censuráveis, você sabe.
Abs.

Poster disse...

Franssi.
É. Pode ser... (rsssss)
Abs.

Anônimo disse...

Se for por falta de quintal pra capinarem....Aqui no Bengola tem um!!!

Walter Junior do Carmo disse...

Ri muito! o texto é ótimo! rah!rah!rah!rah!rah!

Bia disse...

Boa tarde, caro Paulo:

a descrição é tão perfeita, que vi a cena, ouvi as mangueiras balançarem e o ronco do motor.

Abração.

Anônimo disse...

ahahah

Ismael Moraes disse...

Bemerguy, querido, a censura seria derrubada pela qualidade. Todo mundo compraria. Eu garanto a compra de 100 exemplares, que seriam ótimos presentes aos amigos daqui e doutras terras. Abç

Anônimo disse...

Se na Assembléia Paraense tem disso, imagine no meio das rua.

Poster disse...

Bia, você ouviu o ronco dos motores.
E teve gente, veja só, que ouviu o "bicho" do avião decolar (hahahahaha).
Abs.

Poster disse...

Ismael,
Então já começamos a pensar na ideia (rssss).
Abs.

Anônimo disse...

Bela descrição, PB!!

Me lembrou até Nelsón Rodrigues!!

Parabéns!!

Ismael Moraes disse...

... olha já até comentei com o Carlos Mendes; de modo que a idéia já evoluiu até mesmo como obra coletiva, com postagens antológicas também do Juca, como homenagem póstuma a ele. E aí? Não seria pai d´égua?
Abç

Anônimo disse...

Se o livro sair, ainda mais com as colaborações póstumas do grandessíssimo Juca, eu me comprometo a comprar 50 e a garantir o advogado.

É por essas e outras que eu adoro esse blog, parabéns!