“Sem dúvida, Judas foi um dos discípulos de Cristo. Mas quero lembrar que Cristo não fez aliança com fariseus e saduceus.”
Dom Dimas Lara Barbosa (na foto), ao comentar as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre coalizões eleitorais.
2 comentários:
Paulo. Sinceramente. Acho essa repercussão uma grande perda de tempo. Este assunto que não tem importância, e não vai levar a lugar nenhum. Lula fez uma de suas inapropriadas metáforas. E daí? O fato de ter utilizado Jesus Cristo e Judas, pode até ter desagradado os religiosos, mas como cidadão, ele teria o direito de fazê-lo. Deixe que o paroquiano ou sacerdote que lhe dá suporte religioso lhe dê um puxão de orelha. Isso não tem interesse nenhum para o brasileiro, e sequer merecia qualquer manifestação pública da CNBB. Existem muitos assuntos sérios, muitos mesmo, que nos interessam e que merecem repercussão em CNBB, OAB, Televisão, rádio, etc.
Mas que Dom Dimas acertou dois coelhos com uma só.., ah isso acertou. Aliás, dois não, muitos, muitos coelhos.
Abraços
Lula, sem querer fez um resgate histórico da figura de Judas, o Iscariote. Na juventude, Jesus e Judas foram mais que aliados, eram amigos e partilhavam da necessidade de mudar o quadro político-religioso de sua época, porém sob trilhas diversas. Jesus - Ieshuá - pela forte influência essênica do primo João, o Batista, referia-se a uma reforma moral do povo judeu que não passava necessariamente em derrubar o Estado Romano, mas de alterar as leis e os profetas. Judas, por ser zelota - ou zelote para alguns, defendia o caminho histórico do messianismo judaico com suas dimensões políticas e teleológicas. Judas sempre foi a consciência crítica de Jesus, e por isso, acreditava na promessa messiânica da redenção, o que explica sua suposta traição. Esse tipo de coisa, os bispos da CNBB conhecem, mas preferem reproduzir o senso comum cultuado pela tradição católica. Lastimável. Parabéns ao Lula. Até atirando no escuro, acerta.
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