Motoristas protestam

No AMAZÔNIA:

Os motoristas dos micro-ônibus que fazem o trajeto entre os shoppings Castanheira e Pátio Belém protestaram ontem pedindo que as autoridades responsáveis pelo trânsito reestruturem as condições de trabalho da categoria no fim da linha dos ônibus, que é em frente ao Castanheira, na rodovia BR-316. A falta de organização no local resulta em infrações de trânsito, levando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a multar os carros e, assim, os motoristas dos micro-ônibus são punidos com a pontuação em suas habilitações e o pagamento das multas.
Há dois meses, houve uma primeira manifestação, onde os motoristas protestaram contra as multas da PRF, pedindo ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setrans-Bel) e à Companhia de Transportes do Município de Belém (Ctbel) que fossem tomadas providências para a organização do trânsito no local, de forma que os ônibus não precisassem ocupar a pista em frente ao shopping e, assim, não obstruíssem o trânsito evitando a necessidade de multa por parte dos policiais rodoviários. Nada foi feito e os motoristas continuam acumulando pontos e aumentando o risco de perder a habilitação e, por consequência, ficarem desempregados.
Altair Brandão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Pará, conta que o protesto também visa à disponibilização de uma estrutura física para os motoristas, como uma sala com banheiros. Segundo Brandão, os rodoviários não têm local para fazer suas necessidades fisiológicas. Ele diz, ainda, que a Ctbel dá a ordem de serviço para as empresas de transporte público de Belém, definindo o intinerário e o fim da linha, mas não disponibiliza espaço físico para o estacionamento dos ônibus, obrigando-os, assim, a parar na pista.
Na baia para o estacionamento dos micro-ônibus em frente ao shopping Castanheira só cabem três veículos e geralmente ficam mais de cinco parados no local, que é o final da linha. Um fiscal deveria organizar os veículos, porém, ainda assim, a pista é usada, ocupando um faixa transitória. Desta forma, os ônibus são multados sem abordagem, apenas com a anotação da placa, o que faz com que as empresas de ônibus cobrem as multas dos motoristas.
A manifestação seguiu até a sede da Ctbel, onde os representantes do sindicato e alguns motoristas da linha reuniram-se com representantes da companhia, a fim de buscar uma solução. Segundo o motorista, Manoel Gomes, a direção da companhia deve marcar uma reunião para a próxima semana com os representantes do sindicato, do Setrans-Bel e da PRF.