No Juventude em Pauta, de Leopoldo Vieira, atualizadíssimo, sobre a questão da meia-passagem para os estudantes:
O secretário-chefe da Casa Civil, na reunião de ontem com o movimento estudantil, afirmou que antes dele assumir a pasta a proposta estava parada e limitada. Segundo ele, não havia diálogo e o projeto estabelecia raio de apenas 100km.
Cláudio Puty, com essa afirmação, deu mostras de ignorar o assunto.
O raio de 100km a contar de Belém foi fechada com o Consultor Geral do Estado, hoje a pessoa que, de fato, conduz a articulação política do governo na ALEPA. Motivo que fez a Casa Civil, Assessoria de Juventude à frente, por mim comandada, a forçar a reabertura do diálogo. Inclusive, lembro da primeira audiência pública que participei na Uepa, na qual defendi a meia-passagem ampla, geral e irrestrita e que "a luta" demonstrasse a real correlação de forças e as necessidades de entendimento, ao contrário de outras posições existentes no governo, especialmente na Arcon, de que deveríamos começar cedendo.
O paradigma de contar o raio desde Belém e não pelo local de moradia foi determinado pela governadora e por mais ninguém. Sempre se soube que o ICMS era a chave da questão para uma proposta mais próxima dos anseios estudantis, mas, até então, não havia essa disposição de quem, em última instância, manda na gestão, por causa dos investimentos do estado.
Ainda assim foram feitas inúmeras rodadas de negociação, culminando numa recepção com mais de 60 lideranças estudantis, das mais diversas entidades, de todo o estado. Além do que, eu pessoalmente, na etapa municipal da Conferência Nacional de PPJ em Abaetetuba, como Assessor de Juventude da Casa Civil, me dispus a debater publicamente, com todos os presentes na plenária (algo com centenas de pessoas) os porquês dos limites, a necessidade do entedimento com os empresários e os termos da proposta que estávamos fechando com o movimento.
Chegamos a uma proposta entre 150 a 200km, sem cotas, sem limitações de uso, contemplando alunos do ensino superior, médio e técnico. Isso após também sentar com representações empresariais.
Era sabido que só o entendimento entre as partes envolvidas poderia aprovar a matéria que, repito, na época não se cogitava imediatamente os benefícios fiscais, embora o então Chefe da Casa Civil, Charles Alcantara, tivesse sinalizado para abrir um grupo de trabalho sobre o tema.
Não foi nem o medo da impopularidade, nem a experiência com os sucessivos desgastes, que nos ensinaram de onde partir. Porque, como dizia um sábio russo :"deve se dizer a verdade às massas e as massas devem aprender a amar a verdade". Ou um sábio italiano: "só a verdade é revolucionária".
O secretário-chefe da Casa Civil, ao invés de expor seus ressentimentos com a gestão anterior e, principalmente, com a área de juventude, onde deve e deve muito, poderia saber que, para nós, ativistas de esquerda, cabe servir ao povo e não ao "papel do indivíduo na história".
Se pensasse mais em processo que produzirá direitos e oportunidades para a juventude do estado, onde ele é parte e com certeza tem uma cota dos méritos, seria menos assombrado pelo passado e se preocuparia menos com demarcação.
Leia aqui a postagem na íntegra.
3 comentários:
Caro Paulo,
Li o texto que faz referência à reunião que tive entre com as lideranças estudantis a cerca do projeto de lei da meia-passagem intermunicipal. Agradeço a menção ao tema, que volta a mobilizar os estudantes de todo o Pará.
O governo do estado está envolvido no esforço para que o projeto seja finalmente aprovado na Assembléia Legislativa, sem alterações no texto original que reduzam direitos dos potenciais usuários da “meia”. Ontem, a pedido da governadora, o PL finalmente entrou em pauta, e a perspectiva é que seja aprovado na próxima semana.
Gostaria de corrigir uma informação importante na matéria: nunca disse, em nenhum momento, que ao assumir a Casa Civil, o projeto estaria parado ou que fosse limitado.
O projeto é do governo Ana Julia, independentemente do secretário que eventualmente ocupa este ou aquele cargo.
Não sei de onde tiraram essa informação, mas gostaria que fosse corrigida.
Um feliz Círio para você e seus leitores,
Cláudio Puty
OK, secretário.
Postarei seu comentário no blog, na madrugada de amanhã.
E feliz Círio, igualmente.
Abs.
Paulo,
As informações foram repassadas por dirigentes de entidades estudantis que participaram da reunião, mas o que importa é que temos acordo, eu e ele, na conclusão quanto à melhor forma de conceber a meia-passagem intermunicipal.
Um abraço,
Leopoldo Vieira
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