quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Impasse na Cohab continua

No AMAZÔNIA:

O impasse sobre o percentual de reajuste salarial dos funcionários da Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab) prolonga, pelo terceiro dia, a paralisação dos serviços prestados no Estado pela Companhia. Ontem, por cerca de duas horas, funcionários da Cohab bloquearam o tráfego de duas das pistas da avenida Nazaré, em uma manifestação em frente ao Centro Integrado de Governo (CIG). Eles tentavam negociar com representantes do governo a alteração do percentual de reajuste proposto pela diretoria da Cohab, de 5%.
A proposta dos funcionários, que ameaçam entrar em greve caso não possam voltar a discutir a questão, é equiparar o aumento dos concursados da Cohab ao oferecido aos servidores do Estado, de 12% para os funcionários de nível fundamental, 9% para médio e 6,8% para os de nível superior.
'Nós cansamos de estar bajulando e pedindo que eles negociem. Se não houver nenhuma posição, nós vamos parar de trabalhar', ameaça Aílson Cunha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil.
Uma comissão escolhida entre os manifestantes foi recebida às 11 horas no CIG. Na reunião, as lideranças do movimento decidiram adiar para hoje a votação sobre o início de uma greve. Uma nova assembleia será realizada após a reunião agendada para hoje com a diretoria da Cohab.
O diretor presidente da Companhia de Habitação, Geraldo Chicre Bitar, afirmou, na última terça-feira, que a equiparação dos reajustes dos servidores da Cohab com a dos servidores do Estado é descabida, já que a base dos servidores do órgão é de trabalhadores da construção civil. Geraldo Bitar também garantiu não haver prejuízos nos serviços prestados pela Cohab por causa da paralisação.
Em agosto de 2008, os funcionários da Cohab tiveram reajuste unificado de 10%. Naquele ano, os servidores reivindicavam ter os salários reajustados de acordo com o percentual definido para os demais trabalhadores da construção civil, à época, superior ao oferecido aos servidores do Estado. 'Eles vieram com o discurso de que nós receberíamos o reajuste dos funcionários do Estado, porque somos tratados assim diante da lei', explica Misael Henrique, concursado da Cohab há 11 anos. 'Mas este ano o discurso mudou. Como o reajuste do Estado foi maior que o da construção civil, nós passamos a ser tratados como trabalhadores da construção. São dois pesos e duas medidas', diz Misael.
Três dias - Desde terça-feira, o atendimento ao público na sede da Cohab e as medições em obras de habitação geridas pelo órgão estão suspensas, segundo o Sindicato da Construção Civil. Também estão suspensas, segundo o sindicato, a fiscalização em obras de habitação que recebem recursos do Programa de Aceleração de Crescimento, do governo federal. A Cohab gerencia sete das 28 instaladas no Estado.

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