No AMAZÔNIA:
Max Luã Souza Padilha, de 20 anos, o 'Pato', e Weverton Reis de Oliveira, 18, o 'Pepê', que fizeram cinco pessoas reféns em uma tentativa frustrada de assalto a um ônibus da linha Maguari-Iguatemi, da empresa Vialoc, escaparam da Seccional do Paar por volta do meio-dia, para onde haviam sido levados horas antes, quando os dois investigadores que os vigiavam tiveram que sair para levar comida aos presos. A dupla tinha sido deixada algemada na sala em que prestaria depoimento. Até o final da tarde de ontem viaturas da Polícia Militar tentavam recapturar 'Pato' e 'Pepê', mas nenhum dos dois foi recapturado.
'Pato' e 'Pepê' esperavam algemados a uma grade da sala. Quando voltaram, os policiais encontraram a sala vazia e a porta, que estava fechada, aberta. Os ladrões saíram pela porta da frente e uma das algemas foi deixada na calçada da seccional. Testemunhas disseram que um dos dois fugiu ainda algemado.
No meio da tarde de ontem, a informação passada pela escrivã da seccional, que estava no local da hora da fuga, dava conta de que o delegado do dia, James Moreira de Souza, estava de sobreaviso. A equipe de reportagem tentou conversar com um dos investigadores, identificado como Otávio, que chegou a dar um breve depoimento para uma repórter da TV Liberal. Questionado sobre a necessidade da presença do delegado de plantão na seccional diante da situação, ele se negou a falar e disse que não responderia qualquer outra pergunta.
O crime - Antes de serem presos, 'Pato' e 'Pepê' exigiram coletes, um celular, a presença dos familiares e até cigarros para liberar os reféns, mantidos sob ameaça desde as 6h. A crise só foi contornada depois de uma hora de negociação, ocorrida na avenida principal do conjunto Guajará I, em Ananindeua. Ninguém saiu ferido. Um revólver de calibre 22, com duas munições intactas, foi apreendido com os acusados. A cobradora do coletivo, Mônica Monteiro, de 32 anos, disse que os assaltantes entraram no ônibus no final da linha, na Cidade Nova 6. Eles sentaram, lado a lado, num banco destinado a passageiros da gratuidade, bem próximo dela e do motorista, Elias Santos de Souza, 31.
Quando o ônibus passava pelo Canteiro Central do Paar, já lotado com cerca de 40 passageiros, o assalto foi anunciado. 'Pato' dominou o motorista, ordenando que ele seguisse normalmente. Dirigindo-se aos passageiros, ele disse que todos deviam permanecer quietos.
Sem nada saber sobre o que ocorria, passageiros entraram no coletivo a cada parada. 'Enquanto o ‘Pato’ ficou com o motorista, esse tal de ‘Pepê’ mandou que eu liberasse a catraca, mas que eu não pegasse mais em dinheiro. Assim, os passageiros iam subindo e quando percebiam o assalto não dava mais tempo de descer. Então, eram obrigados a passar a roleta. E eu liberava a catraca eletrônica, sob a ameaça deles (assaltantes)', contou Mônica.
Ao chegar numa parada localizada na avenida Arterial 5, de esquina com a avenida SN 21, na Cidade Nova 6, uma viatura da 7ª Zona de Policiamento percebeu a movimentação estranha no ônibus e passou a segui-lo. Temendo um tiroteio com a polícia, a cobradora pediu que os assaltantes desistissem do assalto. 'Eu disse ao que estava comigo (‘Pepê’): ‘Mano, melhor vocês descerem que a polícia já está nos seguindo’. Mas ele falou que não ia descer de jeito nenhum e mandou o motorista continuar', disse Mônica.
Reféns - Outras viaturas foram chamadas para dar apoio na abordagem. Uma delas posicionou-se à frente do coletivo quando ele passava na avenida principal do Guajará, em frente à caixa d’água do conjunto. Os passageiros, em desespero, quebraram a porta traseira, por onde dezenas deles e também a cobradora escaparam. Mas o motorista e mais quatro passageiros foram mantidos dentro do ônibus.
O soldado PM Lima, da 7ª Zpol, tomou a frente da negociação, garantindo aos acusados que a integridade física deles seria mantida, desde que nenhum refém saísse ferido.
O fornecimento de coletes à prova de balas foi a primeira exigência dos assaltantes. Atendidos, eles liberaram um dos passageiros. Em seguida, pediram um celular para telefonar para familiares. Os policiais também atenderam, conseguindo, em troca, a liberdade do segundo refém. Depois, os assaltantes pediram dois cigarros em troca de mais dois reféns. A dupla só não abriu mão do motorista e de outro passageiro (não identificado). 'Eles diziam que se a gente ficasse calmo, tudo sairia bem', contou o motorista.
Os assaltantes exigiram ainda a presença de um juiz, mas foram informados que com o feriado do Recírio isso seria impossível. Outra dificuldade foi para localizar os familiares de 'Pato'. Usando o telefone celular cedido pela PM, ele próprio tentou falar com a mãe, mas o telefone dela só chamava. Uma viatura foi mandada ao local para buscá-la no conjunto Paar.
Um comentário:
Essa deve ser a pentelhonésima centésima oitava fuga de presos em Belém!
Caramba!
Enquanto isso, tome propaganda massiva das "maravilhas curativas" da segurança (?) no governo que (diz que mas não) se preocupa com o povo.
Propaganda enganosa, né não Seu Espaço?
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