sexta-feira, 16 de outubro de 2009

“É hora de parar de choramingar e arregaçar as mangas”

De um Anônimo – o “Anônimo do Sul” -, sobre a postagem “O paraense é que se coloca na condição de se sentir menor”:

Bem, caríssimos, eu de fato não conheço a história de 500 anos de exploração do Norte pelo Sul, pelo menos não neste país. Considerando que o Brasil tem pouco mais de 500 anos, que o início da colonização se deu pelo Nordeste, que o grande período de riqueza conhecido como "ciclo da borracha" ocorreu no Norte/Amazônia (época de grande riqueza na região que nos deixou como heranças o Teatro da Paz e o Teatro Amazonas - não só isso, claro, antes que alguém reclame...), e lembrando que o Sul foi colonizado muito depois por imigrantes europeus pobres, paupérrimos, que vieram ao Brasil fugindo de guerras e buscando alguma condição de subrevivência... A exploração, no caso, foi dos portugueses e não dos sulistas, que, coitados, mal existiam na época.
E aos que se sentiram ofendidos com meu post, gostaria de acrescentar: um povo só é explorado quando se deixa ser... No caso da Vale, por exemplo, o Pará não conseguiu nem que o minério fosse exportado em seus próprios portos, perdendo a disputa (e divisas) para o vizinho Maranhão (viva Sarney!).
Outra, por que será que a energia de Tucuruí vai para outros Estados? Já pensou nisso? Talvez porque seja direcionada para onde há maior demanda. E onde é que tem usinas termoelétricas no Estado? Eu só conheço fornos de carvão clandestinos que servem às guseiras instaladas por estas bandas... Quer dizer: o próprio paraense explorando de fato a riqueza natural do Estado.
Também lembro dos pecuaristas, que degradam a floresta para abrir pastagens (opa, mais um exemplo de exploração propriamente dita!) sendo que muitos destes são filhos da terra, daqui mesmo do Pará. Quem explora quem? E só para concluir, conheço bem a receptividade do povo, aliás, senão talvez não estaria há tanto tempo por aqui.
Mas reafirmo, falta empenho em desenvolver capacidade produtiva. O turismo foi só um exemplo, dentre tantos segmentos existentes. Está na hora de parar de choramingar e começar a arregaçar as mangas.
Que tal um exemplo fora do Brasil para dirimir as dúvidas? O Japão, destruído pelas guerras, hoje uma potencia mundial. A questão aqui é atitude! Também está na hora de escolher melhor os governantes - preciso comentar sobre os que estão hoje no poder por aqui e sobre os que estão prestes a se canditatar?
Eu, "anônimo do Sul", não me atreveria a tanto... (até porque no Brasil todos os governantes são um caso à parte, inclusive no "preconceituoso" - mas produtivo - Sul/Sudeste. Mas isso é tema para outra conversa).

3 comentários:

Unknown disse...

O anônimo sulista está coberto de razão. Quem vem de fora percebe claramente o coitadismo exacerbado dos paraenses. Há menos de um ano os sulistas (mais precisamente de SC) vivenciaram uma tragédia climática, mas com muito louvor e força de vontade, estão se reconstruindo. Já passou da hora de reclamar, tá na hora de agir, trabalhar para que essa situação melhore. O Pará é um estado com muitas belezas, povo acolhedor e com abundantes recursos. Não merecia essa postura retrógrada de seu povo.

Anônimo disse...

Mais uma vez o “anônimo do Sul” troca alhos com bugalhos, se atrapalha em seus argumentos, inclusive porque ao final, acaba se contradizer.
Para começar, é preciso dizer que o Sul/Sudeste produtivo, é tão ou pior do que o Norte para se viver, tanto o é que ele está qui na nossa terra.
Anôni do Sul, nenhum de nós, com certeza, se sentiu ofendido com suas colocações, porque temos valor. O fato de discordarmos de você, e de retrucarmos com argumentos, anônimo do Sul, está muito, muito longe de determinar qualquer sentimento de inferioridade. Muito pelo contrário, a intenção é inversa. Só você (de novo) não enxerga.
“um povo só é explorado quando se deixa ser”. Você acredita nisso ao pé da letra, realmente ?
Tudo bem, então o povo brasileiro, como um todo, merece o puxão de orelha, seja do Norte, Nordeste, Sul e sudeste, pois o povo brasileiro é explorado aqui e acolá, infelizmente.
Anônimo do Sul, acho que você deve ler um pouco sobre poder. Há um livro que indico: FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder.22.ed.São Paulo.2006.Editora.Graal.
Você, anônimo do Sul, menciona que “todos os governantes são um caso a parte”
Caríssimo, os governantes são os detentores do poder, diretamente ou indiretamente, portanto estão interligados até a alma,e o povo é quem os elege, portanto, não são “um caso a parte”.
Acredito que você, apesar de discordar de alguns argumentos, reconheceu que o povo dpo norte não se sente menor do que ninguém, pelo menos isso você não retrucou.
Um grande abraço.

Felipe Tupiniquim Ramoa

Anônimo disse...

Essa história de "parar de reclamar" lembra uma frase conhecidissima de Martin Luther King, pinçada do blog "compartilhando":
"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons"