quinta-feira, 4 de junho de 2009

Réu volta ao júri

No AMAZÔNIA:

Após ter o julgamento suspenso em função do abandono da causa pelo advogado, Ismael Macambira Haick vai ser submetido hoje a júri popular pelo assassinato da professora Núbia Conte, em dezembro de 2005. A sessão era para ocorrido no último dia 25 de maio, uma segunda-feira, mas o advogado do réu, Antônio Maria Freitas Leite, protocolou no final do expediente da sexta-feira, 22, um documento informando que não atuaria na defesa de Haick.
O acusado compareceu no Tribunal do Júri na data marcada, mas em função do curto espaço de tempo entre o comunicado do advogado e o julgamento, o juiz Ronaldo Valle, da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, não conseguiu acionar um defensor público. A justificativa do advogado foi a falta de pagamento dos honorários e a recusa do réu.
No mesmo dia, Valle determinou a designação de um defensor público e mandou um ofício à Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará relatando a conduta do advogado. E lembrou que a atitude gera mais custos ao tribunal, que precisa arcar novamente com as despesas para a realização do julgamento.
Haick responde por homicídio qualificado contra a ex-esposa, de quem já estava separado há mais de cinco anos, segundo o relato a família. Na denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado, o réu premeditou o crime, alugando um carro, colocado película e na hora da devolução ter exigido que o veículo fosse lavado meticulosamente. O corpo de Núbia foi encontrado nas matas da Ceasa com sinais de violência sexual, um dia após o desaparecimento da vítima. No cenário do crime havia oferendas utilizadas em rituais de magia negra.
A defesa de Haick, representada pelos defensores públicos Vladimir Koenig e Alex Noronha, preferiu não adiantar a tese que será levada a plenário, 'para não causar prejuízos ao réu', que já confessou o crime. Ontem, Koenig visitou o acusado, como tem feito diariamente, no Centro de Recuperação do Coqueiro, para acertar os detalhes do júri. O defensor afirmou que o processo tem sido estudado cautelosamente, em função do pouco tempo que tiveram para constituir a defesa. 'Se não tivermos a segurança necessária de que ele terá direito a ampla defesa, por conta do tempo exíguo, vamos tomar as medidas cabíveis. Mas é provável que o julgamento transcorra sem problemas', disse.

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