sábado, 6 de junho de 2009

PSOL reprova “truculência” do governo Ana Júlia

Os diretórios Municipal de Belém e Regional do PSOL divulgaram nota em que manifestam repulsa ao “tratamento truculento destinado pelo governo Ana Júlia aos trabalhadores em educação”, em greve desde há um mês.
Na nota, as presidentes municipal e regional do partido, respectivamente Araceli Lemos e Marinor Brito, mencionam a recente exclusão de Belém da Copa 2014 e atacam: “Este governo, que tem vocação para a paralisia e para a derrota, não produziu um fato positivo sequer.”
A seguir, a íntegra da nota:

--------------------------------------

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - PSOL - PARÁ
NOTA PÚBLICA
EDUCAÇÃO NÃO RIMA COM REPRESSÃO.
TODA SOLIDARIEDADE À LUTA DOS EDUCADORES PARAENSES

A população paraense assiste atônita ao tratamento truculento destinado pelo governo Ana Júlia aos trabalhadores em educação que estão em greve desde o dia 06 de maio, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de ensino.
O Pará tem hoje 600 mil analfabetos e o pior índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB) do Brasil em se tratando de ensino médio. Além disso, submete, desde fevereiro, os professores a um salário-base menor que o salário mínimo vigente. Um professor com uma carga de 100 horas percebe R$ 433,65, contra R$ 665,00 no Amazonas ou R$ 683,00 no Maranhão. Todas as comparações com estados da região Norte e Nordeste, pra não falar dos estados do Sul, colocam o Pará nas piores estatísticas em relação à educação. Mais de mil e duzentas escolas estão em péssimas condições, colocando em risco não apenas a qualidade da educação, mas a própria integridade de alunos e funcionários.
Talvez por isso a governadora Ana Júlia (PT) responda aos legítimos movimentos grevistas, que denunciam essa situação caótica, com tamanha violência. No ano passado, por exemplo, mandou a tropa de choque da PM espancar dezenas de educadores em greve e entrou na Justiça para criminalizar o movimento. Este ano, além de não apresentar nenhuma proposta decente de recomposição salarial, tenta esvaziar o movimento recorrendo novamente ao autoritarismo da Justiça - tão rápida quando se trata de punir quem luta em favor do povo - e a uma arrogante campanha de intimidação da categoria.
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) manifesta sua irrestrita solidariedade aos trabalhadores da educação e repudia veementemente a falta de diálogo com os grevistas. Repudia ainda a vergonhosa política de criminalização dos movimentos sociais implementada pelo governo do PT. Basta lembrar os quatro integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que se encontram presos desde o dia 26 de abril num presídio em Americano, para se ter a dimensão de que vivemos, efetivamente, na terra dos direitos violados.
A população paraense já está cansada de ser manchete nacional por fatos como o estupro de uma adolescente de 15 anos presa numa cela com 20 homens, em Abaetetuba; pela existência de 25 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes denunciados somente nos últimos cinco anos; pelo espancamento de professores, garimpeiros e trabalhadores sem terra; pela morte de crianças na Santa Casa; pelo escândalo das mochilas e agendas escolares; pela violência no campo e insegurança em todas as partes, além do vergonhoso fiasco representado pela derrota de Belém para Manaus na escolha das sedes para a Copa de 2014. Este governo, que tem vocação para a paralisia e para a derrota, não produziu um fato positivo sequer.
Exigimos a imediata reabertura das negociações e a apresentação de propostas concretas que possibilitem o término da greve, com o atendimento mínimo da pauta de reivindicação da categoria, inclusive com a melhora efetiva das condições de infra-estrutura e segurança nas escolas.

Belém, 05 de junho de 2009.

Araceli Lemos - presidenta do PSOL - Pará
Marinor Brito - presidenta do PSOL - Belém

Um comentário:

Anônimo disse...

Solidariedade a todos os professores. O que a governadora está fazendo é mais uma de suas grandes enganações. Na verdade, ela não está dando reajuste algum à categoria. Apenas equiparou o salário dos professores ao salário minímo.
A fórmula é a seguinte: em fevereiro, quando o SM estava em R$ 415,00, os professores recebiam por 100 horas R$ 433 de salário base. Com o SM passando para R$ 465,00, ela apenas fez a equiparação, o que era a sua obrigação por lei. Ou seja, não ficou nenhuma folga para mais.
Hoje, infelizmente, nessa admnistração não há mais diferença entre os níveis operacional, médio e superior. Não importa o título, todos estão ganhando como salário base, o SM.

Que saudades dos governos tucanos!

A imprensa deve denunciar essa farsa da governadora de tentar ludibriar a opinião pública de que está dando algum aumento.