Paciente com câncer fica sem remédio para dor

No AMAZÔNIA:

O Dimorf, medicamento à base de sulfato de morfina, usado por pacientes com câncer em estado avançado, estaria sendo negado aos doentes do Hospital Ofir Loyola (HOL). A informação foi da irmã de uma paciente, que não quis se identificar com medo de represálias, devido ao fato de ter afixada uma placa informando que é expressamente proibido dar qualquer informação aos meios de comunicação.
A irmã da paciente contou que ontem pela manhã procurou a farmácia do HOL para obter o Dimorf comprimido, pois sua irmã estaria com muitas dores e impossibilitada de andar. 'Cheguei na farmácia e me disseram que não tinha o remédio. Minha irmã teve que ficar lá na triagem com muitas dores. Não sei o que fazer. Eles disseram que só tem a injeção, mas não tenho como trazê-la aqui pra tomar dessa forma', disse a mulher, emocionada.
Para Ana Klautau, diretora da Associação do Voluntariado de Apoio à Oncologia (Avao), o medicamento estaria, de fato, faltando, no HOL. 'Esse é um problema desesperador. Não estou entendendo esse descaso do governo, que ainda não acordou para a doença chamada câncer. O governo precisa entender que priorizar o atendimento a essa doença é a maior urgência da saúde hoje', disse Ana Klautau. Segundo a titular da Avao, o simulador, aparelho utilizado para demarcar pacientes que fazem a radioterapia, está com defeito.
A reportagem entrou em contato, por telefone, com a farmácia do Hospital Ofir Loyola. Segundo a farmacêutica identificada como Joana, o Dimorf, tanto comprimido quanto injetável estavam disponíveis para os pacientes. O porquê de a paciente portadora de câncer na coluna não ter podido receber a medicação, ninguém no hospital soube informar.
Procurada para esclarecer o caso, a assessoria de comunicação do hospital informou que todos os questionamentos deveriam ser feitos através de e-mail, como fez a reportagem. Contudo, até o fechamento da edição a assessoria não se pronunciou.