O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, em entrevista à Revista IstoÉ, disse que ficou no meio de um tiroteio ideológico, desde o momento em que concedeu dois Habeas Corpus ao banqueiro Daniel Dantas. "Evidente que é um movimento organizado. Muito provavelmente, até remunerado. Em geral, imprimem panfletos. Mas isso não me cabe questionar", diz. "No caso Daniel Dantas, como havia uma luta política e comercial, há interesses contrariados, obviamente." Para Gilmar, a maior exposição do STF torna as pessoas que o integram mais expostas, mais suscetíveis a eventuais ataques. Mas ressalta que a autoridade da mais alta corte do País "é inequívoca".
Gilmar Mendes rebateu a sugestão de Joaquim Barbosa para que ele "ouça mais as ruas". A sugestão foi dada após uma discussão entre os dois no plenário do Supremo. Gilmar Mendes disse que "isso serve para encobrir déficits intelectuais". O ministro também comentou o fato de a opinião pública ter a sensação de impunidade em certas ocasiões. "Quanto ao modelo especialmente de defesa, temos uma sociedade com muitas desigualdades, em que a defesa é paga. E pessoas que dispõem de advogados têm melhores condições. As outras dependem de defensorias públicas. Até há pouco tempo uma boa parte dos Estados nem sequer tinha essas defensorias", disse.
E explicou que o Conselho Nacional de Justiça tem estimulado a criação de defensorias públicas e a advocacia voluntária nos estados. "Porém, se olharmos numa outra perspectiva, certamente o serviço de saúde das pessoas aquinhoadas é melhor do que o serviço de saúde das pessoas sem recursos. O que vale também para o serviço escolar. Sem dúvida, a maior parte da população presa é analfabeta e pobre".
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