Mais polêmica no kit escolar

No AMAZÔNIA:

A polêmica dos kits escolares volta à tona na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). Na quarta-feira, José Megale, líder do PSDB, recebeu as explicações da Secretaria de Estado de Educação sobre a aquisição das milhares de camisas, mochilas e agendas distribuídas aos alunos da rede pública de ensino. Assinado pela titular da Seduc, Iracy Gallo, o documento entregue não agradou a Megale. O parlamentar diz que o governo não conseguiu responder aos questionamentos feitos pelo seu partido e afirma que irá reiterar as perguntas. Caso não consiga as respostas que deseja, o tucano ameaça entrar com uma ação contra o governo por crime de responsabilidade, baseada no Art. 183 do regimento interno da Alepa. Existe, ainda, o risco de ser instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.
'Ainda vou encaminhar a cópia da resposta ao Ministério Público para que ele tenha conhecimento da falta de vontade do governo em esclarecer para a sociedade como foram adquiridos esses Kits. Ninguém é contra a aquisição do material. Nós somos contra a forma errada que essa compra foi feita, o que caracteriza mau uso do dinheiro público', afirmou Megale.
Segundo o Parlamentar, nos requerimentos enviados ao governo, o PSDB perguntava qual a fonte dos recursos para compra dos materiais (se é Federal ou Estadual); qual o valor total gasto; quem fabricou as mochilas e qual empresa transportou os kits. O partido pediu ainda cópia do processo licitatório para compra ou da dispensa de licitação; cópia do contrato com as agências de publicidade e cópia dos convênios firmados com os conselhos escolares e com as cooperativas de jovens para aquisição das camisas.
Na resposta, a Seduc fala sobre os serviços realizados pelo governo do Estado na área de educação, como o número de escolas reformadas e a ampliação do atendimento de transporte escolar. Em relação aos kits, a Seduc revela apenas que toda a ação promocional realizada na área de educação custou ao Estado mais de R$ 47 milhões e que o recurso é oriundo do próprio Tesouro Estadual.
'Na nossa opinião, o governo brincou ao mandar uma resposta dessa. Ele desrespeitou não apenas o PSDB, mas a Assembleia Legislativa. Agora, vamos reiterar o mesmo pedido e daremos um prazo de 30 dias para termos um retorno. Estamos com toda a documentação pronta para fazer uma CPI para investigar o caso. Mas vamos aguardar ainda uma posição do governo, para podermos fazer uma coisa séria', disse Megale.
Para o deputado Airton Faleiro (PT), líder do Governo na Assembleia, todas as acusações feitas pela oposição são uma tentativa de desgastar a gestão atual. 'Independentemente das respostas que nós dermos, eles sempre vão eleger algum tema para tentar desgastar o governo', disse.